terça-feira, 2 de novembro de 2010

26 DP - Parte 1 do dia em que eu resolvi crescer.

Eu só quero falar da dor que eu tô sentindo de olhar as roupinhas tão pequenininhas da minha filha, de pensar que eu poderia ter escolhido um pai melhor pra ela, que eu não estivesse agora em prantos, ocasionando um desconforto a ela.
Queria tanto que ela soubesse o quanto eu a amo, o quanto eu não me arrependo e o quanto eu vou lutar com todas as minhas forças para fazê-la feliz. Eu quero pedir desculpas a ela por ter permitido um pai desequilibrado, que não nos ama, que mal se ama, fará nos amar.
Quero muito que ela saiba o quanto eu sou agradecida por Deus ter me dado a chance de ser mãe, que se eu pudesse voltar atrás, eu engravidaria do mesmo jeito e faria a mesma opção de viver uma gestação.
Que ela me desculpasse por todas às vezes que eu chorei desesperadamente como agora, que eu vou fazer de tudo, tudo mesmo para ser uma mãe boa para ela, que ela possa sentir que é muito amada, e que por toda a minha existência eu vou amá-la e respeitá-la.
Sofia, me desculpa...Eu prometo que vou me superar a cada dia mais e mais pra ser a melhor mãe do mundo pra vc, que nada vai te faltar, nem que eu tenha que me desdobrar em mil, o quanto vc é amada pela nossa família, o quanto eu sou feliz por vc estar aqui dentro de mim por todos esses meses, sendo minha maior companheira, sentindo tudo que eu sinto, mexendo, alegrando meu dia.
Quero que passe o que eu tô sentindo, não pelo Vitor, mas a dor de me sentir envergonhada de ter que ir a uma delegacia, de ter me enganado tanto, de ter permitido que ele me desse o meu maior presente.
Eu só peço a Deus que ele esqueça a nossa existência, que todo o mal que nos proporcionou, que Deus possa tirar tudo isso de perto de nós duas, da minha família, que ele esqueça mesmo que a gente existe. Eu não quero um segundo ele perto da minha filha, não quero a paternidade, eu assumo toda a responsabilidade da minha escolha.
Que Deus possa confortar nosso coração nesse momento de tanta dor, mas eu sei que é passageiro. Já aguentamos juntas trancos piores e o fato de ter ido a delegacia só me faz ficar melhor, pois eu não quero ser manchete de jornal, como tantas outras meninas que são capa todos os dias.
Não é sensacionalismo, nem drama de grávida, é a mais pura verdade. Estava tudo entalado, eu tô cansada, não amo o Vitor, não o quero por perto de nós duas, eu só quero fazer a Sofia a criança mais feliz da face da Terra.
Sem palavras ou gestos para agradecer aos meus pais e familiares que estão comigo para tudo, para agradecer a minha mãe por estar ao meu lado em todos os momentos, o meu pai que mesmo a distância tem se feito presente nos momentos em que preciso, agradecer a minha irmã Ingrid que com toda a sua inocência é a minha melhor amiga, agradecer o amor daqueles que já passaram na minha vida e que até hoje tem tamanha importância nela e enorme espaço no meu coração, agradecer ao meu querido amigo e cumpadre Iroshi pela amizade sincera, ao meu cachorro que me faz companhia em todos os momentos que preciso, sempre disposto a me fazer sorrir, agradecer a Deus por me dar a força que eu preciso para seguir firme e forte.
Sem mais por hoje. Quero muito colocar tudo para fora, mas hoje pra mim, já deu.


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