sexta-feira, 26 de outubro de 2012

terrible!

Oi, meu nome é Juliana, tenho 26 anos, ex estudante de Direito, trancada no Jornalismo, trabalho fora e gasto das 24 horas do meu dia, 4 horas no trânsito, levando 12 horas fora de casa. Oi, eu resolvi morar com o pai da minha filha há 2 meses, contrariando a família, oi, eu sou uma mãe que está acompanhando uma filha linda nos terrible two. É, ele existe. Existe também os meus terribles 26.
Ah! Não é novidade meu nome para ninguém, mas os terrible two da Sofia misturados com o meu momento atual foi igual a: 2 dias em casa com estafa física e mental, diagnóstico médico = stress e excesso de cafeína, no meu caso, MATE E ICE TEA COMO ÁGUA.
Terrible two...birra+beliscões+arranhões+choros+pirraças+sejohanochão - em qualquer chão, rua, casa, o que importa é si jogá+uma mãe cansada+uma mãe se sentindo rejeitada+uma mãe que chora+ uma infinidade de sentimentos juntos.
Há um tempo atrás, li uma sequência de posts da minha querida amiga Manu, mamis de Sophia, falando sobre a mesma fase que estou vivendo, ela insatisfeita com o emprego, mas precisando muito dele, pensando nela se forma singular, mas tendo que se dividir em jornada tripla = casa+filho/marido+emprego, cansaço, perda de forças, choro, choro, o mundo acabou e por ai vai. Manu, como lembrei de vc esses dias! E por coincidência era a fase parecida das nossas Sofias, a chegada dos dois anos, onde a criança começa a perceber que ela PODE, que ela pode querer, mas ela quer PODER tudo, e as birras são intermináveis e eu começo a perceber que aquela minha Sofiazinha, foi-se, mas sei que é por um tempo, então eu choro, choro muito, me irrito, peço a Nossa Senhora da Paciência, que me dê a tal, penso no Vitor que está se esforçando para não me ver de cabelos em pé, e o quanto eu acabo desgastando as minhas relações, não apenas com ele, com ela, mas no trabalho inclusive, perdendo a paciência com os colegas, querendo fugir no almoço para uma praia deserta, e nunca mais voltar, querendo cozinhar para a Sofia, fazer ela dormir, levar pra escola, ai meu Deus do céu, é muita coisa para pouca letra - MÃE! São só três letrinhas!
E a gente se cobra demais, se culpa demais e a vida passa, vai passando, e ouve demais a opinião alheia, o que o povo tá falando, a gente deixa entrar, mas uma hora o corpo pede calma, a alma pede calma e a gente quer só um cantinho pra se isolar, dormir, acordar, e ver tudo resolvido. É ou não é verdade?
O cenário hoje é um, diferente, bem diferente do que eu gostaria que tivesse sido e esse IA, do gostarIA é que me deixa assim, uma pilha humana, ligada no 220 o tempo todo, querendo sempre algo que agora NÃO VAI ACONTECER, simplesmente porque a vida mudou MESMO e porque agora é para ser assim.
Fico me cobrando porque estou trabalhando, mas queria mesmo era tá estudando, me formar, tirar carteira, falar inglês fluente, começar o espanhol, malhar, poder sempre deixar meus cabelos com cara de limpos e penteados e por outro lado - Tenho agora um emprego que me ajuda financeiramente, uma nova vida a dois, uma filha a beira dos 2 anos, vivendo um turbilhão dentro dela, e acabo deixando isso tudo passar com ''menos'' importante, onde na realidade, sendo redundante, essa é a MINHA realidade pelo menos por HOJE, amanhã, não serão mais os terrible two, serão os terrible four, five.....menos terribles eu acho, eu não estarei mais nos terrible 26, e sim depois dos 30, quem sabe mais madura, ele, será um pai de 36 anos, espero que mais estabilizado emocionalmente e financeiramente que hoje, a Aika, nossa cadelinha, deixará também seus terrible ''oi, sou filhote e como tudo o que vejo sem medir consequencias'', e terá seus 4 anos, comportada, adestrada, linda de se ver, tipo tapetinho de pêlo....
Respira mamãe, respira. Volte a terapia. Encare os fatos. Encare as pessoas. Encare que ela AMAM falar, AMAM julgar e AMAM se dizer pessoas modelos, encare e FILTRE. Essa é a minha consciência falando comigo e ela é tão legal que divide com vocês, pois se tem alguma mamis que irá ler esse post, com certeza, sem ciúmes, de boa, eu divido minha consciência com vocês, numa boa!!!


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Conhecendo a tal da culpa. Ah, a materna.

Já li muito a respeito e entendi que a culpa materna existe em várias dimensões e escalas. Já senti aquela culpa por querer que ela ficasse dormindo, para que eu pudesse dormir também. Senti aquela outra de pensar, ai, que alívio, ela está na creche! Aquela outra por pensar que quando ela ficava doentinha, dormia mais, e eu pensava - ai, acaba sendo ''bom'', pois consigo piscar os olhos - crueldade? Não, sou ser humano mesmo.
Só que agora estou começando a conhecer a culpa materna MÃE x PROFISSIONAL - A BATALHA INTERNA! E essa é realmente bem tensa.
Nosso dia passa a ter 50 horas, mas isso é só em sonho, quem dera que pudesse ser realidade. Vou falar por mim, que hoje além do emprego, assumi um papel de mulher ou seja, assumi uma casa, uma família - Acordar às 06:30 e só chegar em casa às 19:30, hum, 1,2,3....são exatamente 13 horas na rua e na atividade, levando em conta que o dia tem 24 horas, hum, mais uma vez, somando, aliás, subtraíndo...restam apenas mais 11 horas para: Dormir, comer, pensar, respirar, cuidar, cuidar, cuidar, sonhar, namorar, passear, planejar, executar, cuidar, cuidar, arrumar, SE cuidar....
É, realmente é muita coisa para pouco dia. Só que mais do que tantos ''ar'', a culpa materna envolve a necessidade da mãe propriamente dita em se dispor mais e mais aos filhos e isso está no DNA materno, a gente sempre termina o dia achando que poderia ter se saído melhor, que poderia ter evitado o grito, depois de ter falado mansamente várias vezes, que poderia ter evitado o suco de caixinha e ter ido lá para a cozinha, feliz da vida, depois de ter ficado 13 horas fora de casa, em um ônibus lotado. Sim, a culpa segue a gente.
E junto da culpa, vem a sensação de como eu queria! Como eu queria acordar sim às 06:30 com aquele sorrisinho maroto me pedindo biscoitinho e que púdessemos juntas sentar para tomar um café, e que depois pudéssemos caminhar no sol, brincar na pracinha, tirar aquele soninho, levá-la na natação, ficar aplaudindo cada gracinha nova, cozinhar com todo o amor do mundo e ainda assim, conciliar a nossa exclusividade como mulher.
É minhas amigas, não é fácil. A escolha de SER mãe, no sentido não apenas de TER um filho, e sim, SER mãe é algo avassalador. Leva tudo e ao mesmo tempo traz tudo e junto, traz também um novo mundo cheio de medos, dúvidas e culpas. Essa culpa mãe x profissional x como eu queria é a mais dolorida.
Infelizmente culpa materna não enche a barriga no final do mês, nem compra todos os produtos lançados da Galinha Pintadinha, muito menos roupinhas fofas, nem vários tempos de 5 minutos a R$2,50 no pula pula! Infelizmente. Como eu queria....que não só o dia tivesse 50 horas, mas que a culpa materna fôsse embora e não voltasse nunca mais.
Até parece.