quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

alôu!

Que saudade de postar! Ai, como é bom retornar ao nosso cantinho Sofia! Aliás, quantas novidades hein pequena! Sofia está demais, andando TUDO, ainda meio sem jeito mas andando a casa inteira, quer dizer, aqui em casa, pois quando estamos na casa do papai eles tem pânico geral e a seguram a todo momento, fazer? 
A cada dia que se passa percebo o quanto ela se desenvolve mais e mais, cada gesto, cada passinho, um novo olhar, uma nova percepção, como ela brinca sozinha, adora caixas, adora colocar algum objeto dentro delas e fechar, abrir, fechar, repetindo várias vezes. Continua com a sua paixão por árvores, cachorros, gatos, pela Ingrid e agora que o verão começou ela despertou a total paixão pelo BANHO GELADO! Graças! = ) Adora tomar banho geladinho no nosso banheiro!
Eu que tenho sentido muita falta da nossa rotina, ainda não posso segurá-la no colo, não estou dando banho nela, nada, isso tem me deixado bem chateada, mas é para o nosso bem, sem dúvidas. A vovó é mais que uma vovó né, apesar de todos os apesares, de toda a sua chatice, e todo aquele blá blá blá que eu já cansei de postar aqui, cuida da Sofia como ninguém, é atenciosa, amavél, e a Sofia ama demai essa vó.
Falando agora do Natal...Tá. Não foi aquele Natal que eu sonhei no dia que eu já tivesseum filho, mas diante de tudo o que aconteceu, a cirurgia ter sido tão perto dessas datas festivas, não teve nada de oh, que Natal incrível! Tentei colocar na minha cabeça que o Natal, Ano Novo foram dia 05 de dezembro e que a Sofia ainda não entende o significado real dessas datas, então, o que eu pude fazer eu fiz, a levei para tentar tirar uma foto com o Papai Noel - nada feito. Chorinho! Medo daquela coisa grande, gorducha, vermelha e de barbas. A levei para dar beijo no vovô, ficamos com a vovó, fomos no papai e ficamos por lá um bom tempo, passamos na minha tia, demos oi aos vizinhos, enfim, sei que ano que vem será o Natal dos meus sonhos! Uma árvore enorme, um emprego maravilhoso, todos os meus planos em ação, criando novos para 2013, Sofia com 2 aninhos quase, Papai Noel, todos felizes e alegres.
Agora falando dos meus novos planos! Ai como é bom voltar a ter planos filha! Um dia quero que você sinta muito orgulho dessa mãe aqui como profissional! Sério, me encontrei totalmente! Me apaixonei por um lance aí...agora que privatizei nosso canto, posso falar abertamente, ai que delícia!!!
Depois que entrei nesse mundo dos blogs acabei conhecendo uma infinidade de pessoas, principalmente mães, muitas com histórias incríveis e nesse meio, acabei me apaixonando de vez pelos blogs de decoração! São muitos meses vendo todos os dias, pesquisando, juntando idéias, fazendo planos, vi tantas mães jornalistas como eu quero ser e vou ser, ai, senti tanta felicidade em ver que é possível conciliar os nossos sonhos, com os filhos, com a vida, a carreira, ai, estou viva, cheia de planos!
A idéia é a seguinte - Estou pesquisando em vários lugares o curso de Design de Interiores, é um curso técnico que já estou in love total com as matérias, a duração varia de 1 a 2 anos, o valor que é altinho, mas vou me inscrever no plano de bolsas e se Deus quiser, Ele vai me dar mais essa! O curso vai dar um aparato geral de decor, justamente o que eu quero para criar o meu negócio, que está super relacionado a decor, mas ainda prefiro deixar guardadinho comigo! Além disso não gostaria de adiar a faculdade de Comunicação, portanto, não sei como vou conseguir fazer praticamente duas faculdades, e um emprego, e Sofia - mas sinceramente, eu nasci novamente, eu preciso me ocupar, preciso me conhecer como profissional, sentir esse prazer, cultivar o meu terreno, para colher os frutos mais tarde!
Por hoje é só. Agora o nosso canto filha é só NOSSO. Tinha MUITA gente metendo o bedelho onde não é chamado, olhando a nossa vida com outros olhos! Agora é só nosso Sofia!
Mamãe te ama demais.
Beijocas!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Cirurgia.

Ainda não é a hora de fazer um post contando todos os detalhes da cirurgia, não estou pronta ainda para escrever com detalhes o dia 05 de dezembro de 2011, meu segundo aniversário, o segundo dia do ano em que eu nasci, que Deus me deu uma nova chance de viver aqui ainda.
Adianto que foram 10 horas de cirurgia, 2 dias de CTI, 4 dias de quarto, como sequela já esperada a paralisia do lado esquerdo da face, com uma evolução muito boa nesses últimos dias. Já estou conseguindo sentir melhor, mexer um pouco mais a boa, o olho que antes nem fechava, as dores na região estão quase que indo embora, a tonteira se foi, já consigo andar, levantar numa boa, realmente, a evolução foi incrível.
Tive alta no domingo com a condição de apesar de estar em casa, permanecer como se estivesse no hospital, ou seja, peso nem pensar, esforço, abaixar, resumindo - sem chances de cuidar da Sofia. Vim direto para a casa do meu pai e desde o dia que internei só vi a Sofia 2 vezes em praticamente 10 dias. Ela foi no sábado ao hospital me visitar e na 2f veio aqui por umas horinhas. Que dor.
É uma dor sem fim, é um sentimento de incapacidade, mesmo que temporário, é uma dor sem fim de saudade, misturada com tantas outras coisas, ter a sensação de que ela está longe de mim é como se eu não existisse sem ela, não sou mais eu mesma, é incrível ! Tenho feito um esforço máximo, fora do comum para conseguir passar os dias sem ela. Procuro não pensar, quando penso, finjo que estou viajando a trabalho, começo a pensar que ano que vêm vai ter a creche, meu trabalho, essas coisas para amenizar a minha dor com a ausência dela nos meus dias.
Engraçado que quando ela chegou no hospital, ficou espantada, me olhando com uma cara engraçada, do tipo, você está aqui??? Olhou tanto para a minha boca por conta da paralisia, acho que ela reparou que tinha algo diferente na mãe, me olhou, olhou novamente, chegou a me estranhar, depois sim, me deu beijos, me babou, veio para cima de mim, colocou a mão sobre o meu curativo de forma delicada o que me chamou muito a atenção, pois geralmente, eles são sem jeito, sem coordenação, mas vai saber né!
A verdade é que chega a ser impossível descrever a sensação que é ficar longe de um filho assim, as duas tão jovens, eu jovem na maternidade, ela na idade. Ela está ótima. Está no ambiente dela, com a minha mãe, pessoas do convívio dela diário normal, tem dormido bem, comido direitinho, mas a mamãe aqui, nossa...Não consigo dormir há dias!
Toda essa experiência tem um valor fora do comum na minha vida. Eu nasci novamente. Não tinha noção do que era com toda a sinceridade do mundo. Depois que operei descobri todas as possíveis complicações e uma delas, era que o meu caso, não era 100% garantido de ser benígno, foi feita uma biopsia e constatou, mas só de pensar na outra possibilidade, já fico sem palavras para agradecer a Deus tanta coisa boa. Sai de lá consciente, andando, falando, raciocinando, engolindo, enxergando, tudo o que poderia complicar, comigo deu tudo certo.
Ainda no centro cirurgico, ao final das 10 horas de cirurgia, eles me acordaram lá e a minha primeira palavra sussurrada foi - Obrigada. Minha filha, minha filha e um choro idêntico ao do parto. Nunca mais vou sentir a emoção do choro do dia do nascimento dela e do dia em que abri os olhos meio entorpe ainda, olhei a luz do refletor, e mesmo anestesiada, pensei - Estou viva. Não importa como, mas estou. E agradeci muito a Deus, a minha família, amigos, vizinhos, a toda a equipe médica, toda a minha gratidão de estar viva para cuidar da Sofia.
Ter tido essa nova chance me faz adorar a Deus de uma forma diferente. Não encontro palavras para falar Dele, só sei que por mais que o caminho às vezes seja dolorido, tortuoso,acredite, Deus é um Deus de maravilhas, Ele me curou, me deu a chance de vive r e hoje, eu sou outra pessoa.
Sofia, obrigada por ter me escolhido e ter sido destinada para justamente me mostrar o que tinha na cabeça da mamãe a tempo de curármos e obrigada por me ensinar a todo momento o que é amor incondicional. Aos meus pais, sem palavras. Jóias, verdadeiras jóias.
Beijos,
Mamãe.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sofia e seus 10 meses de vida!

  • Adora praia
  • Já bate palminhas
  • Ama a música da Baratinha
  • Adora árvores e pombos
  • Quando falamos árvore, ela repete - ARRRRRRR
  • Detesta o carrinho de passeio
  • Detesta se sentir presa
  • Adora abrir as gavetas e tirar tudo de dentro
  • Come de tudo
  • Vive pedindo um pedaço da nossa comida
  • Adora as sobremesas
  • Ama macarrão com feijão
  • Já fala claramente mama, papa e água
  • Tenta repetir Ingrid quando a chamamos ( é muito engraçado!)
  • Dorme parte da noite no berço e anda querendo dormir a outra na minha cama
  • Não costuma estranhar as pessoas que convive menos ou quase nada
  • Anda na rua sorrindo pra todo mundo e fazendo porquinho sem párar
  • Tem 3 dentes já, quase saíndo o 4
  • Faz manha
  • Grita muito alto quando contrariada
  • Já está ensaiando os passinhos
  • Prefere banho morno
  • Adora que cante parabéns para ela
  • Já faz o número 1 com o dedinho
  • É MUITO teimosa
  • Adora livros
  • Detesta trocar de roupa e vestir a fralda
  • Só chupa a chupetinha quando vai dormir e mesmo assim, muito pouco
Por enquanto é o que veio na cabeça...tem mais com certeza!!!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

última alternativa

Ontem fui para o hospital achando que seria operada - nada feito.Desgaste a toa! Horrível! Não vejo a hora dessa angústia terminar. O plano não entrou em acordo com o hospital, fiquei mais de 15 horas sem comer e beber água, me despedi da Sofia a toa, aquela dor da saudade antecipada, ai um saco. A nova data é 05 de dezembro, às 08 da manhã. Vamos ver!
Quero tanto postar sobre a Sofia, como ela está, o comportamento dela, as novas brincadeiras, afinal, chegamos aos 10 meses de vida! As birras estão constantes, gritinhos, manha, o carinho também, as gracinhas, realmente é uma delícia desesperadora ser mãe, em todos os sentidos. Logo vou postar apenas sobre ela, tenho tantas fotos lindas para colocar aqui, principalmente dela na praia, ela AMA praia, AMA comer areia para o meu desespero rs, e eu amo que ela ame estar na praia!
Fico com tantas coisas para escrever aqui, desabafar, mas até desisto. Tem sido uma fase muito difícil mesmo, as coisas em casa estão insuportáveis de conviver, parece que não me enxergam caquiomo um ser racional, que pensa, que tem direito sobre a sua vida. Conviver com a falta de educação da Ingrid também é algo que irrita diariamente, me tira o prazer de estar em casa, são coisas tão absurdas, que mal consigo escrever!
É um pouco contraditório pois ao passo que recebo ajuda, sou cobrada por isso, mas é uma cobrança excessiva, com xingamentos, palavras agressivas, agressão, ainda escutar até hoje que sou sustentada e que sustentam a Sofia, não aguento mais! Só quero operar logo, ficar boa, conseguir um bom emprego e tirar esse peso horroroso que sinto sobre as minhas costas, fico até sem palavras para descrever.
Quero muito a minha casa, não tem como mais continuar morando aqui, convivendo com a falta de senso para tantas coisas, eu quero muito o meu espaço, a minha casa, os meus hábitos, é muito complicado criar na casa de outro, mesmo que o outro seja mãe, pai, no caso vó, avô. Fico com a cabeça a mil, tantos pensamentos juntos, porque é uma pressão muito grande.
Não estou com cabeça nem para rezar, para me conectar com as forças superiores, de tanto desgaste, mas se eu perder as esperanças, o que será de mim, dela, de nós? Li em algum lugar uma frase que me fez pensar, dizia mais ou menos o seguinte:

'você nunca sabe a força que tem, até que sua última alternativa é ser forte'

Beijos, Mamãe.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

um pouco de tudo e cirurgia

Já tentei postar um milhão de vezes, mas acho que estou tão ansiosa que não consigo me concentrar em uma tarefa só. Até mesmo com as coisinhas da Sofia, não estou conseguindo levantar antes dela, ajeitar comida, e deixei a culpa materna de lado essa semana, um dia come uma papinha da Nestlé, outro dia uma comidinha que a minha mãe faça, eu realmente não estou conseguindo organizar tudo isso na cabeça.
Hoje aconteceu uma situação muito chata, que fico até triste de detalhar. Só sei que quero ter a minha casa, não vejo a hora de ter o meu espaço, cansei dessa mesma ladainha de tanto tempo, só quero o meu espaço, a minha vida, criar a Sofia com o que eu acho certo, ou pelo menos, tentar preservá-la daquilo que eu já vi MUITO acontecer e sei que não causam bons resultados.
A minha mãe causa uma confusão mental tão grande em mim, ela tem a capacidade sempre perto de datas importantes, seja 15 anos, até mesmo o parto, agora cirurgia, de causar sempre um show tão grande, são umas coisas tão sem pé e sem cabeça, um desequilibrio tão grande, que sério, só vejo uma alternativa para não ficar surtada - passar a maior parte do tempo FORA de casa e de preferência, ter a minha em breve.
A questão é que graças a Deus, tive e tenho muita ajuda, mas quando você recebe ajuda, meio que as pessoas que estão te auxiliando, ainda mais quando se trata de pai e mãe se sentem plenamente no direito de dizer o que é MELHOR para você, só que na realidade, é o que é melhor para elas, na cabeça delas e isso desgasta demais!
Eu quero comandar, eu quero dar as rédeas, mesmo sabendo que crescer é difícil, mas creio que seja prazeroso, ainda mais quando se conquista as coisas com o próprio esforço. Não vejo a hora de chegar 2f logo! Opero na 2f, às 8 da manhã, são mais ou menos 6 horas de cirurgia,1 dia de CTI e 7 dias de quarto - depois - sentimento de liberdade.
Já estou mais conformada quanto ao 1 aninho da Sofia, vou fazer o que der, não que ela mereça qualquer coisa, mas o que acontecer com certeza será de todo o meu amor e carinho, principalmente, gratidão pela existência desse ser maravilhoso que é a minha filha.
Acho que tenho entendido que não adianta planejar tudo tintin por tintin, organizar é importante, mas planejar, aliás, seguir padrões às vezes complica mais ainda. O mais importante é viver com dignidade, hoje valorizo demais o fato de conseguir um emprego bom, os estudos, coisas que antes para mim não tinham tanto valor assim.
A vida às vezes pega de surpresa, como eu fui pega em vários sentidos e quando planejei ser mãe na minha cabeça, achei que seria mãe casada, com uma casa própria, um emprego, um salário supermaravilhosoaltodelícia, toda uma vida estruturada...e enfim, nada disso aconteceu, AINDA. Sei que é diferente quando um casal recebe um filho de forma planejada, sei que futuramente faz toda a diferença, mas eu preciso viver essa experiência da maneira como Deus quis me dar, desse jeito mesmo, sem querer querendo, e agora, ferrou, sou mãe, vamos lá!
Que Ele continue me enviando forças lá de cima, mesmo que me coloque em provas como essa por exemplo da minha saúde, que Ele continue me fazendo útil a Ele. Ele é o maior, é perfeito, maravilhoso, é o amor da minha vida = )
Minha gente, minhas mamães amadas, orem por mim! Peçam em suas orações que eu saia daquele centro cirúrgico viva, curada, quem sabe com o milagre de voltar a ouvir e mais que isso, com a mente limpa, pronta pra COMEÇAR um vida inteirinha pela frente e poder criar a minha Sofia.
Obrigada de coração à todas pelo carinho de sempre. Hoje em dia esse lance de internet acaba cortando um pouco do contato ao vivo das pessoas, não sei ainda se ( ah, acabei de receber a notícia que talvez não seja mais na 2f. O plano está dando problemas pra variar. perdi até o fim do post....o desgaste é enorme. tô de saco cheio.)

domingo, 20 de novembro de 2011

Batalha de gigantes.

Quando acho que terei alguns dias de trégua, nada feito, alguém tem testado os meus limites ou a palavra chave que todos amam - CULPA, ou a culpa é toda minha? Não sei se vou conseguir detalhar em palavras tudo o que acontece, mas vou tentar, é o meu momento de desabafar. Antes, quero agradecer do fundo do meu coração a todas às mamães amadas, pelas palavras de apoio. Em especial, minhas queridas, Flávia e Manu - lembrem-se SEMPRE que estou na torcida por vocês também! Vocês são muito especiais para mim, apesar da ''distância'', é incrível como vocês conseguem ser tão próximas! Obrigada = )
Eu falava de trégua, de paz, bandeira branca, mas parece que a batalha entre a minha família e o Vitor não tem fim nunca. Será questões de outras vidas, gente? Sério, já começo a achar isso! Hoje meu pai veio nos trazer em casa, até tive um domingo legal, levei Sofia a praia, nós nos molhamos, ela adora o mar, parece até que já conhecia desde...comeu muita areia rs pra variar, enfim, foi uma manhã gostosa, depois meu pai fez churrasco, tivemos um dia família legal.
Ele veio nos trazer e aconteceu a maior confusão do mundo, coisa de você não acreditar que aquilo estava acontecendo! Ele confundiu o irmão do Vitor com o próprio, os dois realmente são muito parecidos, tiveram a maior discussão no meio da rua, quase se agrediram, uma coisa sem freio, que já vem desde a confusão de agosto, horrorosa entre meu pai e o Vitor, não gosto nem de lembrar!
Tudo isso começou na maternidade, quando a Sofia nasceu, o Vitor foi agradecer ao meu pai tudo o que ele estava me proporcionando e de uma certa forma, a ele também, a nossa filha, o quanto ele era grato, enfim, foi tentar ser cordial, e levou uma sova do meu pai, das grandes, o meu pai já estava meio de saco cheio dele, por conta de umas confusões durante a minha gestação, e aí já viu, aquilo ali ficou guardado, entalado, até que em agosto eles tiveram um encontro e foi terrível, uma briga sem fim, xingamentos, o Vitor falou coisas horríveis, meio que revidou tudo o que ouviu, enfim, uma coisa horrível de se ver na família, afinal de contas, eles não se deram conta que hoje as nossas famílias tem um forte vínculo chamado Sofia, um elo que nos liga querendo ou não.
Sei que hoje ficou aquela promessa de ambos de que quando se encontrarem não tem nem conversa, é um ódio gente, que dói de ouvir e ver, me machuca porque eu sou culpada por tudo isso, meu pai dizendo com que tipo de gente eu tinha me envolvido, o Vitor do outro lado dizendo que eu não merecia passar por mais esse stress logo agora tão perto da cirurgia. Percebo a família dele apesar de me tratarem com carinho, mas claro, ficam chateados com tudo isso. A minha, me culpa por isso e eu fico perdida, totalmente perdida!
Não consigo traçar uma linha sequer de raciocínio, do tipo, ah, é melhor então a gente não ter contato algum, vivermos longe um do outro, e assim, posso ter todo o apoio da minha família, uma vez que já me foi dito que a partir do momento que eu envolva ele na minha vida, já era todo e qualquer apoio a mim e a Sofia. Ou eu penso, não, eu preciso crescer, encarar a vida, as minhas escolhas, ele é o pai da Sofia, certo, errado, preto, branco, duro, rico, fazendo merda ou não, é o pai dela, eu gosto dele, tenho vontade de fazer dar certo, então, vamos unir nossas forças e vamos lá, viver a nossa vida.
E é nessa hora que entram um milhão de neuras instaladas na minha cabeça, e se não der certo, e se, e se, e se, como vou fazer, e se eu perder todo o apoio deles, e se depois vou para onde, e se isso, mas ao mesmo tempo, e se eu perder a chance de formar uma família, é um direito meu, dele e da Sofia, certo? Sem ele me foi prometido, emprego, creche, até apartamento, com uma pessoa para ajudar, sem falar na presença dos meus familiares claro, com ele, nada feito, e acho até que me deserdam. Não sei até que tipo de relação vão ter com a Sofia, é justo isso com ela também?
Será que eu tive um filho com um monstro e não sei, ou será que está faltando uma palavrinha chave chamada PERDÃO e mais uma - VOTO DE CONFIANÇA, RECOMEÇAR. São muitos questionamentos para uma pessoa só! Eu sei que se quiser carregar a mim e a ele, vamos afundar, mas ao mesmo tempo, quero ter a minha vida, chegar na minha casa, educar a Sofia da maneira que eu acho, sair da barra da saia e da calça, mas será que preciso perder todo e qualquer apoio por isso? Por ser ele?
Gente, é um ódio sem fim. Detesto essa palavra inclusive, mas é ela que me vem a cabeça quando falo neles. Por um lado vejo um cara carinhoso, que me ama, eu sei que ama, verdade a gente sente, tem seus defeitos, tem sim e muitos, por outro vejo a minha família achando que eu pirei, estou louca, fora de si, como posso ir de encontro a eles, e não é assim, a diferença é que HOJE, eu sou MÃE! Eles me questionam tanto que tipo de respeito eu ainda tenho por ele, se ele não ajuda em nada, se ele isso, aquilo, eu até entendo os meus pais, eu juro que entendo, mas será que principalmente a minha mãe, como mãe, mulher, não consegue entender que há sentimento, que tudo mudou muito rápido, que não consigo ainda diferenciar as figuras?
Hoje o panorama é um: Todo mundo com mágoa de todo mundo, todo mundo enfurecido, triste, culpando o outro. Às vezes tenho vontade de sumir. Fugir mesmo, de verdade, sem drama de adolescente. Mas às vezes tento achar a culpa que eles dizem ser minha, tento achar a culpa da minha escolha, mas que escolha? Dele ser o pai ou de ter tido um filho? Não foi escolha. Foi uma certeza desde o dia em que soube que ela estava ali, apenas com 8 semanas de vida, dentro de mim, que eu a teria, e eu faria tudo novamente para tê-la.
Será que eu assumi mesmo esse papel da filha de pais separados, que vive em conflito com eles, que engravidou de um cara não aceito pela família, com suas dívidas com si mesmo e com a sociedade, mas um cara que a cativou, será que ele tem imensa capacidade de a envolver com seus sonhos e planos mirabolantes, ou será só uma fase ruim da vida deles e no final, será o happy end? Não sei, eu juro que não! Apesar da história ser minha, me parece tão distante que mal posso conseguir compreender.
Por issoque eu digo que preciso urgente de uma terapia. Meu pai disse bem, a depressão é seguida da angústia, e da angústia vem a vontade de não viver mais, quando você começa a achar que morrer poderia ajudar a curar aquela dor, é sinal de quem o ponto auge chegou e eu já pensei nisso várias e várias vezes! Eu preciso de uma pessoa para me ouvir, de repente, nem depressiva estou, só estou precisando de um caminho, uma ocupação, quem sabe!
Opero em uma semana apenas, em uma semana vou abrir a minha cabeça, tirar um tumor, ficar alguns dias longe da minha filha, em alguns dias esse medo terrível vai embora de vez, e acho que vou sentir que nasci novamente. Os meus pais tem a forte convicção de que o recado que está me sendo transmitido é: oh, sai fora disso aêê! quem pode garantir? Quero que com esse tumor, saiam as mágoas, as tristezas, as angústias, as dores de dentro de mim. Que após toda essa tempestade eu consiga finalmente entrar em equilibrio comigo mesma, para tomar as decisões mais acertadas para o momento.
Ah, Flávia, super concordo quando você diz que devo conversar com a Sofia. Ela tem me visto chorar demais e fica com uma carinha de espanto, depois dá um sorrisinho do tipo, tô aqui manhê, não chora não! Meu coração dói demais, parte, machuca, fica em pedacinhos. Vou fazer o que você falou sim. Vou contar tudinho para ela.
Um beijo e obrigada!
Chega, hora de tentar dormir.

sábado, 19 de novembro de 2011

Depressão é caso sério.

Ontem eu tive mais uma crise daquelas horrorosas, desesperadora e tive vontade mais uma vez de não viver mais. Eu preciso de uma terapia, tem horas que nós não conseguimos mais controlar os pensamentos negativos, a sua vida vira um não, e tudo parece ter um muro de concreto enorme na frente.
Foi horrível. Mais uma vez andei pela rua sem rumo, senti vontade de ficar no meio dela esperando um carro vir, horrível, fico sem controle dos meus pensamentos, mais uma vez saí de casa sem chão...não quero nem lembrar! Pedi que me ajudem, me paguem uma terapia, porque estou no meu limite do stress, tudo me tira do sério, até a Sofia, não tenho mais a paciência de antes. Tenho sentido medo da cirurgia, medo de morrer, de não cuidar da Sofia...em apenas dois parágrafos eu escrevi NÃO, deixa eu ver, sei lá, mas muitas vezes! Essa não sou eu.
Por conta de tantos desentendimentos do Vitor com a minha família, todos acham que o motivo é ele, ele por sua vez, chorou tanto ontem, também está muito triste com o meu estado, acredito que ele também sofra pessão dentro dele, cobranças dele com ele mesmo, coisas que são difíceis às vezes de explicar, eu acho que entendo, como acho que entendo a minha família.
Agora o que mais me importa é sair dessa depressão que eu entrei. Gente, é impressionante, a vida vira de cabeça para baixo e tudo parece perdido, sem luz, a gente fica sem chão, com a cabeça totalmente perdida, por isso eu quero começar o quanto antes uma terapia, um profissional que possa me ouvir, uma pessoa totalmente fora desse ciclo, capaz de diagnosticar distúrbios, mentiras, verdades mentirosas, ou mentiras verdadeiras, alguém que possa me ajudar a enxergar pelo menos UMA solução.
Fico com a cabeça muito confusa, é um monte de gente falando um monte de coisas, horas eu acho que um está certo, horas acho que o outro está, aí muda tudo, aí brigo, esqueço, peço desculpas, depois muda tudo novamente, eu perdi o foco totalmente. Sempre fui uma pessoa pra cima, otimista, mas acreditem, a depressão é algo sério, tem que ser tratada, e às vezes a pessoa não consegue sair dela sozinha, tem sido o meu caso, eu até tento pensar diferente, mas os pensamentos negativos vêm com força, e aí acabo me desesperando, é horrível, não desejo à ninguém.
Hoje, de verdade, não consigo enxergar ainda uma porta se abrindo, parece que tudo o que antes eu agradecia a Deus, tudo o que era importante, hoje não tem mais sentido algum. Mas sempre que der vou tentar controlar a minha mente.
Só mais um detalhe - Estamos aqui no meu pai. De manhã coloquei a Sofia no carrinho e fomos caminhar na praia. Ela foi fazendo um escândalo do prédio, até a praia, chorando horrores, de birra, manha, de ficar vermelha, tira do carrinho, coloca, faz força contra, horrível! Estou tão nervosa, que tive vontade de sair correndo, pedir alguém pra me ajudar. Aí vem os mil pensamentos...sozinha não dá! E ao mesmo tempo eu me culpo por sentir isso. Eu prefiro ser uma boa mãe mesmo que em uma parte do dia, do que dizer, ah, eu cuido o dia todo, e ser uma mãe estressada, nervosa, impaciente! As mães que sentem isso, não tenham vergonha de assumir. Por mais que a gente saiba que é normal, que basta um sorriso sem dente para nos alegrar e fazer esquecer a vontade de sair correndo, mesmo assim, a culpa é um sentimento terrível, e que quando você tem outros problemas, tudo fica maior, parece que a potência triplica!
Hoje para eu me sentir em paz, acho que o necessário seria - ver o Vitor trabalhando, assumindo junto comigo as responsabilidades com a Sofia, ver a minha família e ele pelo menos se respeitando, eu trabalhando, voltando a estudar, Sofia em uma creche boa, a gente conseguindo se estruturar, montar a nossa família e esquecer que um dia passamos por tudo isso, todos nós. Eu sei que foi uma escolha, em todos os sentidos, mas as cobranças estão sendo muito fortes, tanto as externas, quanto as internas. Eu preciso de um psicólogo, sozinha não consigo.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A conclusão.

Acabou que o blog tem sido ultimamente mais páginas da minha vida, do que da Sofia propriamente dito, mas é aqui que eu consigo aliviar as minhas tensões, pode acreditar. Cheguei a uma conclusão muito clara na minha cabeça: Estou depressiva e tem tempo. Depois então que descobri esse tumor, NEM SE FALA. Desde familiares, passando pelo Vitor, amigas, vizinhos, comentam o quanto eu ando diferente, emburrada, nervosa e realmente, cada pessoa que me diz isso, eu páro e penso o quanto estou realmente uma pilha de nervos, sem rumo, com a cabeça totalmente perdida, só choro o dia todo e ontem, em uma conversa muito franca com o Vitor ele me chamou a atenção quando disse: " Não te vejo mais sorrir! Será que nem o nascimento da Sofia te fez feliz ?! Ou será que sou eu quem te faço tão mal??? ''
Sério, estou tendo total consciência de que o problema não está com ele, está COMIGO! Não está com a minha mãe, ou com a Ingrid, meu pai, avós, está COMIGO! Estou extremamente nervosa, não consigo canalizar isso, e acabo descarregando nas pessoas ao meu redor, e não tenho poupado ninguém, principalmente os que mais convivem comigo - Mãe, Ingrid, Sofia e Vitor.
Percebi o quanto estou sendo injusta com as pessoas que querem o meu bem, mas que elas também possam tentar compreender o caminho que estou atravessando, tem sido tortuoso, e às vezes todo o otimismo vai embora, e a gente só consegue enxergar um palmo a frente, esquece que tem o horizonte, que há luz no final do túnel e que a nossa hora há de chegar.
De fato, creio que a gravidez surpresa, toda a barra que eu atravessei em casa, com o relacionamento, toda a mudança repentina de vida, sem esperar, acho que tudo está refletindo aos poucos, agora a fase com a saúde, enfim...é MUITA coisa ao mesmo tempo. Na minha Igreja o ensinamento é que quando a gente purifica nos três setores da nossa vida - CONFLITO , SAÚDE, FINANCEIRO é sinal de que após essa intensa purificação coisas maravilhosas vão chegar. Creio que temos que estar em conexão com Deus, é claro, pensamento para cima, positivo e no momento...ih, tá brabo.
Eu quero muito ter a minha casa, minha família, poder viver uma vida normal como qualquer pessoa que tem um filho, ter meu emprego, minha faculdade, poder amparar a Sofia, poder superar esses conflitos com o Vitor, poder vê-lo crescer como pessoa, ter a nossa religião, passear...óbvio que os conflitos vão existir, mas sem esse peso todo, esse desespero, essa quebração de pau sem fim, gritaria, xingamento, meu Deus...
Sofia, Vitor, meus pais, avós, os poucos e valiosos amigos...Obrigada por estarem me aguentando nessa fase tão delicada e dolorida da minha vida. Que as forças positivas possam chegar até a mim e que eu possa sair dessa depressão terrível que entrei.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

caminhando...

Eu realmente estou uma pilha de nervos com tudo o que está acontecendo ao meu redor e creio sinceramente que depois que eu acordar da cirurgia, perceber que está tudo ok, sério, 90% do meu desgaste vai embora ali, na hora, a jato! Mas a partir desse momento virão outras situações que vou precisar encarar de frente, firme e ao contrário do que o meu pai costuma dizer, não acho que serão situações muito piores, pelo contrário, acho que será o momento de começar a concretizar os meus planos.
Entendo perfeitamente e como sou grata, ou pelo menos, tento ser, imagino que eu seja, por ter o apoio da minha família desde sempre, apoio emocional e financeiro, mas isso implica nas pessoas acharem que tem o total direito de especular, planejar a MINHA vida e isso é um desgaste muito grande para mim! É uma sinuca de bico o fato de depender para criar um filho, e sinceramente, não vejo a hora de tudo chegar ao fim.
Devo levantar as mãos para o céu por ter uma família preocupada com nós duas, acho que sem eles eu não seria ninguém, principalmente desde o momento da minha gravidez, mas tem certas horas que eu preciso engolir uns sapos que não é brincadeira não! Quero muito que tudo isso passe logo e que eu possa finalmente movimentar a minha vida.
Acho que Deus tem um propósito para tudo em nossas vidas. Fico lembrando de coisas que não dei valor na minha vida, não por m al, mas pela época, pela imaturidade normal da idade, enfim, quantos empregos eu tive e despensei, a própria faculdade, e hoje, todo esse lado profissional se encontra estagnado, mas não por mais tempo, graças a Deus, é acabar de cuidar da saúde e bola para frente!
2012 será um ano especial. A idéia que eu tenho e sinto é que 2012 será o ano de plantar, para colher nos próximos anos. É como ajeitar todo o terreno, preparar, começar a construír com calma, para nos anos seguintes, finalmente colher a calmaria. Os projetos são grandiosos e sinceramente, sendo bem consciente e não sendo ingrata de forma alguma, quero muito conseguir criar a Sofia por mim mesma. Sei que ajuda é necessária, mas acho que não é essencial, do tipo, sem ela não vivo, aliás, preciso pensar que eu sou o centro, eu sou o topo, e de mim a Sofia se sustenta, sobrevive.
E assim, lá vamos nós.
Filha, te amo demais. É maravilhoso entrar no quarto e te ver dormindo, ainda tão pequenina, no bercinho! Te amo muito, muito, muito...Obrigada por ter me escolhido com sua mãe, amiga, protetora.
Beijos com amor, Mamãe.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

escrever, escrever e escrever

Quantas vezes for preciso escrever para fazer passar o aperto que está no meu peito, eu vou escrever, afinal, o blog é meu e me dou melhor com as palavras quando elas estão escritas. Então, vamos lá - que aperto enorme! Eu fico vendo certas atitudes de determinadas pessoas, fico achando tudo tão vazio, tão sem sentido.São atitudes tão pequenas, acho que realmente estou em outra fase da vida de alguém, não só pelo fato de ter me tornado mãe, mas pelo o momento da minha saúde, a vida profissional, sentimental, está tudo tão fora do lugar!
Parece que o meu presente, virou totalmente passado, que tudo aquilo que fazia parte, ficou para trás, ou que eu não faço mais parte daquilo ali, que agora a realidade é uma bem diferente daquela e por isso às vezes me sinto tão impaciente com algumas situações que preciso bater de frente.
Estou vivendo um dia após o outro e pra quem vive uma relação conturbada é assim que se fala mesmo, tipo um grupo de auto ajuda, é um dia após o outro, livre por 24 hrs, e assim vamos caminhando, limpa, apesar da dor que eu sinto. É inevitável pensar no assunto, especular como e quando as coisas vão ou não se acertar, é ter a convicção que não é tão difícil assim quando a gente tem paciência, quando a gente suporta a dor e perceber que um dia vai passar, mas é ao mesmo tempo contraditório, o medo de que passe.
Sinto muito por tudo e ao mesmo tempo sinto que realmente o melhor caminho é seguir sozinha, tentar pensar que depois dessa tempestade gigante que a minha vida se tornou, há de vir dias de sol, que eu vou voltar a sorrir novamente, que tudo vai se encaixar nos seus devidos lugares.
A dor é muito grande. Não vejo a hora de chegar o dia da cirurgia, de acordar depois dela e ver a minha filha, os meus familiares e saber que chegou ao fim esse desgaste e que dias novos virão. Apesar da incerteza quanto a festinha de um ano da Sofia, estou tentando pensar que serão muitos e muitos anos, que se Deus quiser, vou pode organizar com todo o amor do mundo muitas festinhas ainda dela!
Espero que essa terapia de um dia após o outro me ajude a encarar a ausência, me ajude a suportar as minhas angustias, as minhas dores, e que depois de tudo isso, eu possa ter meus dias de sol novamente, afinal, eu MEREÇO!
Boa noite.
Mamãe.

domingo, 13 de novembro de 2011

Peixe fora d'água - a mamãe na night.

Totalizando a gravidez inteira, mais os quase 10 meses da Sofia, ontem deve ter sido a terceira vez que saí a noite e sinceramente, como tudo é diferente, ou pelo menos, está diferente. A começar em casa, os preparativos, é tão engraçado, me arrumar com a Sofia no quarto, me olhando, tirando tudo do lugar...cada vez mais a minha ficha cai - mamãe = )
Eu estou meio um peixe fora d'água dessa vida noturna, de madrugada, não tenho mais aquela paciência de antes, lugares cheios, muita bebida, não tenho mesmo! E das poucas vezes que coloquei o pé na rua, não dei muita sorte, lugares muito vazios, ou pessoas esquisitas, sei lá, está tudo diferente, ou eu é quem estou diferente, afinal de contas, eu realmente subi um degrau grande na vida, me tornei mãe.
Tenho hora para chegar, quando saio dá um vázio dentro de mim, parece que está faltando algo, é muito diferente! Sem contar que a teoria de que quando você começa a achar as pessoas ao seu redor muito novas, é sinal que....é a idade está chegando rs! Nossa, como tem gente nova na rua! Lá com os seus 16, 17, 18 anos, é minha gente....
Brincadeiras a parte, estou apenas relatando como é diferente depois que me tornei mãe da Sofia a vida social, acho inclusive que é questão de ajuste mesmo, até porque ela é muito novinha ainda, acredito que quando ela tiver lá os seus 2, 3 aninhos as coisas já vão estar mais certinhas, até mesmo dentro de mim.
Sinto muita falta do Vitor, por mais incrível que pareça, eu sinto. É sentir falta de alguma coisa que você nunca teve de verdade, afinal, nunca passeamos juntos, só nós dois, e eu cheguei a conclusão que eu nunca tive o Vitor, eu achei que tivesse tido porque encasquetei com isso e já era! Mas estou confiante de que dessa vez é definitivo e que apesar da dor que eu sinto, do sentimento de vazio, com certeza a minha vida sem ele é melhor, espero retomá-la o quanto antes.
Sei que semana que vêm tem O SHOW - Raiz do Sana! Mamãe quer ir, acho que será bem legal.
Beijos, Sofia me chama, ou melhor, me grita!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Sofia, hoje é para você.

Filha,
Hoje o post é dedicado somente a você, não que os outros não sejam, mas hoje é seu, como se eu pudesse te imaginar com a minha idade, nós duas sentadas na praia, vendo o sol indo embora, tomando uma água de côco e eu te contando como era há 25 anos atás...
Sofia, anteontem, segurei na sua mão quando senti medo, você estava dormindo e eu me senti tão só, te olhei várias vezes até que não resisti, e o papel se inverteu, eu senti medo, e eu te solicitei, segurei firme na sua mãozinha e só assim consegui dormir.
Não quero ficar te contando história triste, mas são histórias que tem feito parte dos meus dias desde quando conheci seu pai. Desde então todos os dias tem sido diferentes do que eram os meus dias antes da chegada dele na minha vida. Sinceramente filha, não culpo seu pai por ser da maneira que é, a ele faltou limites, imposições, mas também não julgo seus avós por isso, feliz ou infelizmente, os filhos não saem com manual de instruções da maternidade.
Tem sido uma luta Sofia sentir o que eu sinto pelo seu pai. É como amar e ao mesmo tempo, relutar quanto a esse sentimento, é brigar comigo internamente o tempo inteiro, é como viver de mentirinha. Acho que idealizei o tempo todo uma pessoa que nunca existiu, e como isso me matou todos os dias um pouquinho. Meus amigos se afastaram, seus avós ficam tão tristes com tudo isso, e tudo ao redor parece totalmente sem sentido filha.
Queria tanto Sofia que ele tivesse aproveitado essa chance que Deus deu de se tornar uma pessoa modificada e para melhor! Torci pelo seu pai como NUNCA torci por ninguém, acredite. Sinceramente, acho que nunca quis tanto a felicidade de alguém como eu quis a dele. Mas simplesmente tem amores que são impossíveis.
Ele me faz sofrer demais, me leva ao meu limite, ao meu extremo, não tem sido meu companheiro nessa etapa tão delicada com a minha saúde, é extremamente agressivo nas atitutdes e palavras quando se descontrola...somos tão diferentes filha! Às vezes tenho tanto medo de nunca mais resgastar a Juliana que ele matou, não é drama Sofia, é a minha dor.
Não consigo ainda separar o homem, do pai, aliás não sei nem se algum dia isso será possível, pois a presença dele em nossas vidas, de qualquer jeito, será eterna. Sempre será o seu pai e o pai da minha primeira filha, da minha Sofia. Ficam mil coisas na minha cabeça, mil situações futuras, ainda não consigo enxergar um palmo a minha frente. Tento me organizar, pensar que depois que a saúde estiver ok, pensar em um emprego, em estudar, organizar a sua vida, e finalmente, voltar a ser eu mesma, mas não sei se consigo tudo isso, mas sei que preciso conseguir por nós duas, principalmente por você.
Eu só quero que você saiba que a sua história não é fragmentada. Que você tem um pai e uma mãe que te amam muito, mas que filha, eu não sou feliz da maneira como o seu pai é. Não estou tendo apoio algum dele nessa fase que estou passando, tenho tido crises e mais crises nervosas, de chegar ao ponto, de não ter vontade de continuar a caminhada, e só tenho força por você.
Não sei como serão nossos dias daqui para frente, muito menos posso dizer sem ele, porque na realidade, somos só nós duas desde o começo. Eu criei uma realidade para provar pro mundo que não fui mãe solteira, que por mais que as coisas tenham se antecipado, o pai ali está e mentira Sofia, não está agora, nem nunca esteve. Ele te ama demais, te quis muito, mas não despertou para o que é construír uma família, é amar, é cuidar, é RESPEITAR e nada disso acontece.
Sofia, eu desejo minha filha, que Deus envie um rapaz maravilhoso quando for a sua hora. Que ele te faça feliz, que você o faça feliz, que nada do que eu passei e estou passando, você precise passar. Que vocês possam crescer juntos, ter seus filhos, sua família...minha filha, vou estar ao seu lado por toda a sua vida e em outras.
Me desculpa todo o nervosismo, o desespero. Preciso superar o seu pai na minha vida Sofia, preciso pular esse degrau e subir tantos outros. Me envie forças com o teu amor puro e inocente.
Te amo mais que a eternidade. O seu olhar é o mais puro do mundo.
Mamãe.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O DESGASTE DA DOENÇA

O desgaste emocional de quando se tem algo que a gente considera um problema, é enorme, imagina quando esse problema é de saúde? A 'doença' tem estágios no quesito desgaste. Primeiro tem a fase da aceitação, e eu já pude reparar que comigo funciona da seguinte maneira: Primeiro eu levo um choque tão grande, que ajo naturalmente, como se estivesse tudo ok, nada demais, vamos lá, ainda me 'desfaço' da reação das pessoas. Foi exatamente assim quando descobri que estava grávida, achei tudo muito natural nos primeiros dias, dava risada, enfim, eu estava extremamente chocada.
Passada a fase da aceitação, vêm o desespero. Normal. E eu me desesperei por conta do tumor nas duas primeiras noites depois da descoberta. Chorei, tive muito medo de morrer, imaginei todo o procedimento cirúrgico, me imaginei com mil sequelas, boca torta, terrrível. Mas como não há mal que dure para sempre, essa fase também passa e passou.
Logo em seguida vêm a fase da fé, fé em TUDO, eu disse TUDO E TODOS. Eu fiz questão de buscar o apoio das pessoas, e não só das mais próximas não, falei mesmo pra todo mundo, até para os motoristas dos táxis em que eu andava para fazer os exames, ou algo do tipo, estava eu contando a minha história e do tumor. E nesse momento, recebi um carinho enorme, não só da minha religião, como de tantas outras. Me agarrei em TUDO. Bebi água sagrada, passei pomada de tenda cristã na cabeça, recebi três horas seguidas de Johrei todos os dias, li a Bíblia, rezei pra entidades espirituais, fiz operação espiritual, literalmente, me fortaleci.
Após a fase do fortalecimento espiritual, vêm o desgaste MÁXIMO e é a fase onde me encontro. Completamente de SACO CHEIO DE QUALQUER COISA QUE ME LEMBRE QUE TENHO UM TUMOR NA CABEÇA, OU SEJA TUDO E TODOS. As pessoas me olham e acham que se não perguntarem como estou, e os exames, vão estar sendo mal educadas, meu pai fala disso toda vez que me liga, minha mãe já leva para o lado espiritual da coisa e toda vez que eu menciono em ligar para o meu médico, ela quase entra em pânico, pois isso significa marcar a cirurgia.( aliás, marcamos hoje para o dia 28 de novembro. )
Estou completamente desgastada. Em especial a minha mãe, a Ingrid e o Vitor que mais convivem comigo, ah, sem deixar a Sofia de fora, eles tem tido uma paciência fora do comum, apesar de vira e mexe o tapa correr, eu estou realmente um saco. Impaciente, sensível, carente, irritada, mau humorada, e com um sentimento que eu DETESTO MUITO -SOLIDÃO.
Quando a Sofia está dormindo apesar do meu cansaço, praticamente conto os minutos para ela acordar e me ocupar, me fazer reclamar que estou com fome, com sede, vontade de fazer xixi e ela não deixa porque só quer o que não pode e blá blá blá. É olhar a agenda o celular, procurar uma amiga para ligar e não ter, pelo fato de todas as amigas estarem em outra fase da vida, sem contar que nenhuma delas graças a Deus está passando por nada semelhante, ou seja, acabo concentrando tudo no Vitor, e por isso tantas brigas ultimamente.
Confesso que estou até longe da minha religião, não tenho rezado, fui arrastada ao Culto de Antepassados, sem saco, sem vontade de receber Johrei, vou ser super sincera e tenho certeza que Deus não está encarando isso como ingratidão da minha parte, mas duvidei da cirurgia espiritual, depois de saber que está tudo na mesma, pensei, recebi johrei três horas do meu dia, com a bunda doendo, e nada! Questionamentos que passam SIM na cabeça e que eu estaria sendo muito mentirosa se não contasse aqui, afinal aqui, eu só conto o que eu sinto mesmo, sem ficar de rodeios.
Então estou nesse estágio da 'doença', cansada, de saco cheio, sem saco para terminar os exames, sem paciência com a Sofia, às vezes acho que vou segurar ela com toda a força do mundo e gritar: PÁRAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! Em outras, peço que ela me entenda, pois estou muito nervosa e simplesmente, por ela, só por ela, se bem que por mim também, fico com um milhão de projetos na cabeça, trabalho, faculdade, minha casa, minha vida, parece que tudo ficou ali, em algum lugar perdido, ou que eu nada construí e agora tendo que vencer essa barreira, tudo parece tão distante, achei que seria tão diferente...
É muito delicado. O sentimento de solidão invade toda hora e é horrível. Eu chego a sentir aquele vazio literalmente no peito. Acabo cobrando do Vitor, mas ele tem a vida dele, os hábitos dele, a maneira dele de ser, preciso entender que a fonte salvadora não é ele, não é Sofia, nem meus pais, sou eu mesma, só eu posso controlar a minha mente, os meus pensamentos e me salvar.
Não gostaria que ninguém passasse por esse tipo de coisa, muito menos mamães recém, é tudo tão novo nessa época, o primeiro ano do bebê, e ter que enfrentar tudo isso se tratando de uma gravidez surpresa, com uma doença para curar, que me deixou já uma sequela, a surdez, ter que se agarrar em tudo o que se vê pela frente para ter força, ter fé, não perder a esperança de que ano que vêm, finalmente, será TUDO DIFERENTE.
Assim seja e assim SERÁ.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Paquetá.

Hoje o post tem cheirinho de infância e gostinho de lembrança - ILHA DE PAQUETÁ! Essa aí ao lado, que saudades!
Essa noite revivi sensações deliciosas na minha cabeça, lembrando das minhas férias em Paquetá quando criança. A noite que antecedia o GRANDE DIA, eu mal dormia, era uma ansiedade tão grande, mas tão grande que por mim não era preciso nem dormir!
A minha tia na época, trabalhava na antiga loja MESBLA, famosa aqui no nosso bairro, aliás, no Rio de Janeiro, vendia de tudo, tipo uma Lojas Americanas, um Wallmart, e em Paquetá funcionava nada mais, nada menos, que uma Colônia de Férias para funcionários e seus familiares. Todas as férias, feriados grandes, estávamos lá, eu, Mariana, minha prima, minha vó e meu avô - que saudade!
Me avô, assim como eu, gosta muito desse cheirinho de mato, de praia, vidinha rústica mesmo, então a nossa ansiedade era a mesma, chegar logo em Paquetá. Geralmente eu dormia na casa deles, acordávamos bem cedinho e antes das 7 da manhã, já estávamos na porta da vila da Mariana para embarcarmos logo!
O trajeto que fazíamos era do Méier, até a Praça XV, da onde saíam as barcas. Meu avô adorava o passeio da barca, levava mais ou menos, 1h e 30 e isso para duas crianças super ansiosas era o FIM DO MUNDO! Praticamente 2 horas vendo água, água e água!!! Na época, tinha a opção do catamarã ou aerobarco, o trajeto era reduzido em apenas 20 minutinhos rs, mas o preço era maior e nada como apreciar a paisagem com o meu avô rs. #controleaansiedade
Me lembro que no saguão de espera das barcas, ficava tudo muito cheio, eram muitas famílias, crianças, idosos, jovens, era dia de PAQUETÁ, e nós ficávamos ali colocadas na corrente enferrujada que nos separava da barca, ansiosas, e quando a barca chegava, começávamos a pular, gritar, meu avô junto, era uma felicidade só! Quando o rapaz soltava aquela corrente - CORRE para pegar um bom lugar na barca!!! Adorávamos ir no segundo andar, ou na varanda, como o meu avô dizia, sentindo a brisa e a minha vó, nos mandando vestir casacos, tocas, luvas...
Quase chegando no desembarque, nós passávamos pela Colônia de Férias, até hoje tem um farol em frente, era um ponto que sabíamos que restavam apenas 15 minutinhos, depois das longas e intermináveis 1h e 15 minutos naquela barca. A primeira visão era essa, logo em seguida, as pessoas já começavam a se levantar, arrumando suas malas, e lá vamos nós!
CHEGAMOS! Charretes táxis, bicicletinhas, cheiro de cocô de cavalo, pipoqueiro na praça, feirinha, mercadinho, hotel, casa do bicheiro, casa enorme com cachorros muito muito grandes, iate club, pedra bonita, ponto de pesca, parquinho, FAROL, CHEGAMOS!
Ai...impossível descrever a sensação de chegar! Piscina, crianças, feijão do Tião, refeitório, picolé de limão, sol, histórias de pescador, bicicleta, parque Dark de Matos, praia da moreninha, tardes de ventinho batendo no rosto, andar descalça, ter a sensação de liberdade pois não tem carro, história de terror na praça, volei, futebol, vara de pescar, ver meu avô tomando cervejinha feliz da vida, sala de tv, bambuzal do quartos, férias, feriados, Natal, Ano Novo...
Tinham épocas de ficármos 1 mês em Paquetá, ao ponto dos meus pais irem me visitar. Saudades, saudades e muitas saudades. Poderia ficar aqui até amanhã contando histórias da minha infância em Paquetá. Por essas e tantas outras, por todo esse carinho pela ilha, pela saudade, pela minha infância, que NESSE SÁBADO, fazendo sol, levarei a minha Sofia lá = ) Quero que ela aprecie a ilha como eu, respeite aquele pedacinho do céu tão perto dessa loucura que é o Rio de Janeiro...
Quero andar com ela de bicicleta, levá-la no farol, andar de trenzinho, sentar na pedra....
Ah, quando dava o dia de ir embora, era um chororô tremendo, tanto nosso, como dos funcionários da colônia. A barca voltava cheia, e todos os funcionários íam até o farol, o colocavam para tocar, acenavam de lá, nós da barca, a barca respondia com aquela buzina, e era o fim das férias e a chegada da saudade e da ansiedade do dia de voltar.
Chorei.
Beijos, Mamãe.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Eu juro que depois da descoberta desse tumor na minha cabeça, e achei e acreditei que seria um bom motivo para uma mudança significativa do Vitor, só que nada mudou, as mesmas coisas ainda acontecem e agora parece que não me entristecem mais, se tornou um ciclo vicioso.
A Sofia já vai completar em janeiro 1 ano e quando eu olho para a minha gravidez, começo do ano passado, já se vão praticamente 2 anos, está tudo da mesma maneira, sem nenhuma grande evolução, tudo do mesmo jeito! É muito desgastante essa relação, mas apesar de todo esse desgaste, não consegui ainda superar a presença dele na minha vida.
Agora com toda essa história de cirurgia, depois um mês em casa se recuperando, apesar da força de todas as orações, a possibilidade de sequelas nem que sejam por um tempo, enfim, eu não esperava passar por isso tudo agora, acabo ficando muito mais sensível, sem o menor apoio dele, o menor, e me faz pensar, será que eu tive um filho de um monstro, meu Deus? Será que só eu não enxergo?
Ainda consigo olhar determinadas situações e imagina como seria se um dia nós conseguíssemos viver aquilo ali, coisas simples, construír uma família, aprender a se respeitar, viver uma vida de respeito, de amor, de verdade. Acho que quando a gente constrói ou por conta de alguma determinada situação, você meio que se obriga a construir um sonho junto daquela pessoa, é esquisito, eu ainda não sei se criei uma mentira dentro de mim.
É muito louco e muito triste.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

e se eu tivesse feito tudo diferente...

Tem horas que eu perco as forças e tudo parece sem graça, sem cor. Toda essa mesma rotina diária, toda essa mesmice, todos os dias as mesmas coisas. Às vezes dá um desanimo, uma vontade de sair correndo e não voltar mais. De passar a mão na Sofia e ficar um tempo longe. Dá vontade de recomeçar bem longe.
A minha cabeça fica se chocando o tempo inteiro, hora todos os pensamentos estão em ordem, em outras, tudo está completamente bagunçado e tudo parece totalmente sem sentido. Em certos momentos parece que vem um furacão com nome, endereço e telefone, me questiono tanto se é realmente isso, em outros momentos, para me acalmar tento me convencer de que Deus saberá o que é melhor.
Sério, eu estou muito cansada da vida que estou levando! Não digo quanto à maternidade, mas justo agora quando eu ía começar a dar os meus primeiros passos veio a notícia do tumor, e isso tudo tem me desgastado demais. É acordar e dormir, sabendo que a vida está amarrada a isso até...É ter um milhão de planos e ter medo de não realizar um sequer deles, medo do tempo.
O desanimo e o desgaste são físicos mesmo, eu estou completamente de saco lotado da rotina que estou vivenciando, inclusive principalmente dos problemas que não são meus e que eu respiro diariamente, seja em casa, ou com o Vitor, agora o momento está sendo de calmaria com o meu pai, mas nunca se sabe até quando.
Ficam um milhão de questionamentos na minha cabeça quanto a minha vida por completo, e se, e se, e se, e se....vai saber, e se eu tivesse feito TUDO diferente, vai saber. Mas já está TUDO feito, a verdade é essa, todas as minhas escolhas conscientes ou não foram feitas.
Eu fico pensando se sou feliz e me sinto mal às vezes por não me sentir nessa plenitudade justamento agora quando sou mãe, mas parece que desde então, a minha vida se amarrou à tantas coisas complicadas, que toda vez que quero dar um passo, parece que algo faz voltar dois para trás, e sigo nesse ciclo pra mais de 5 anos, em todos os setores da minha vida, seja profissional, sentimental...nada está resolvido da maneira como eu gostaria.
Que post negativo, talvez o primeiro tão negativo quanto esse, mas é realmente como me sinto hoje. Vontade de recomeçar, só isso. De colocar os meus sonhos em prática, vontade de viver a vida que eu quero. Ai, está tudo muito confuso.

domingo, 23 de outubro de 2011

Operação espiritual - o relato

Depois da maternidade, sem dúvidas, a operação espiritual por qual passei no dia de ontem, foi uma das maiores experiências que vivi em toda a minha vida. E é por isso que merece um relato aqui no meu querido blog!
Para quem assistiu o filme '' Nosso Lar'' já pode ter uma idéia de como acontece esse tipo de cirurgia, me senti em pleno filme, tudo MUITO parecido! Aconteceu no Centro Espírita Tupyara, muito famoso por grandes curas até em casos muito mais graves que o meu, para ter uma idéia, até um tempo atrás eram realizadas no mesmo dia até 600 cirurgias, hoje eles reduziram para no máximo 300 e eu fui uma das 300 pessoas que estavam lá ontem.
Chegamos pela manhã lá, eu, Sofia, Ingrid e minha mãe. Tem todo um preceito a ser seguido no dia que antecede cirurgia: não comer qualquer tipo de carne, inclusive peixe, abster-se de relação sexual, para quem fuma, do cigarro, de bebida alcóolica, enfim, dos pecados da vida humana. E assim, todas nós fizemos, inclusive a Sofia, ficou só na sopinha de legumes! É recomendado também um banho de rosas brancas ou de sal grosso, para purificar o corpo e o espírito, preparando tudo bem direitinho e com muita fé, assim nós fizemos também.
No dia em que fomos lá marcar, fomos atendidas por um senhor, médium da casa, chamado Reis, parece realmente um médium vivo, aqueles velhinhos com cara de bondade, que passam paz, que transmitem só coisas positivas, impressionante como os médiuns lá passam esses sentimentos! Nesse dia em que fomos marcar, foi a primeira vez que pisei lá, confesso que senti uma emoção inigualável, o altar é simplesmente LINDO - todo azulzinho, com nuvenszinhas branquinhas, uma imagem linda de Jesus, imagens do Papa João Paulo, Nossa Senhora da Conceição, os caboclos da casa, Bezerra de Menezes, o grande mestre da medicina espiritual e muitos outros.
Fiquei encantada ao ver a Bíblia do Papa João Paulo II, ele doou para o centro, fica em um altarzinho, achei tão especial aquele gesto...parece realmente um pedacinho do céu. Continuando...
Chegamos lá antes das 10 da manhã, com todos os preceitos seguidos, todas nós de branco, almoçamos por volta das 11 no refeitório, pois ao meio dia começam a chamar os pacientes. Antes da chamada são feitos cantos, saudações, uma energia tão positiva, com toda a sinceridade do mundo e com o maior respeito a minha religião - você sente como se estivesse em um pedacinho do céu, bem perto de Deus e de Jesus Cristo.
No momento em que antecede a chamada para a cirurgia os parentes devem dirigir-se para uma outra parte, e assim elas fizeram. Fiquei eu e eu mesma, na fila da emergência, o senhor Reis me colocou para ser logo uma das primeiras. E fiquei observando os pacientes da emergência, eram senhores em cadeira de rodas em sua maioria, algumas mulheres também e o que mais me chamou a atenção foi o Bernardo: 3 aninhos, cego dos dois olhos, em uma cadeira de rodas. Quando ele chegou a Sofia ainda estava lá perto de mim, a mãe dele pediu se ele podia tocar nela, pois era cego. Claro que eu permiti, os dois ficaram conversando na linguagem deles, um tocando o outro e nesse momento eu percebi o quanto eu era feliz, o quanto eu devo agradecer a Deus todos os dias por tudo o que tenho.
O Bernardo é gêmeo da sua irmãzinha, que pelo o que deu a entender, nasceu sem problemas físicos e mentais, mas sendo super sincera, ele apesar de ser cego, parecia entender TUDO, super esperto, abriu um sorriso enorme quando falamos com ele, nós desejamos toda a felicidade do mundo àquela família e muito emocionada eu disse a mãe dele: ' Ele pode não enxergar com os olhos físicos, mas enxerga com os olhos do coração, da alma. Seu filho é lindo e especial como todos os filhos. ' Ela me agradeceu e ali, vendo aquela mãezinha, com ele no colo, a cadeira de rodas, ela acariciando o seu filhote, eu tive a certeza que o fato de ter um tumor benígno na cabeça, não era NADA, que eu era muito feliz por tudo o que tenho na minha vida. A partir daquele momento eu só fiquei desejando que todos ali tivessem sucesso em suas cirurgias.
Enfim, fomos chamados. Precisei colocar um jaleco branco antes de entrar na espécie de um ambulatório, onde haviam cadeiras brancas, na sala que antecedia a enfermaria e a sala de cirurgia. Impressionante o FRIO que é lá dentro sem ter ar condicionado! A energia espiritual é incrível! Todos os médiuns vestidos de enfermeiros, os homens de calça e jalecos brancos, as moças com aqueles saiões, blusa de botões e chapéuzinho de enfermeira na cabeça, totalmente igual ao Nosso Lar!
Pois bem, assim que entrei, foi me dado o jaleco, eu já estava tremendo um pouco de frio, de nervoso, e só consegui abotoar UM BOTÃO. Fui dirigida até uma das cadeiras, sentei-me, veio um médium enfermeiro e me pediu para elevar o pensamento a Jesus, fechei os olhos por um segundo, abri, ele estava me dando um passe, espécie de uma pré limpeza para entrar no centro cirurgico, o passe é energia através das mãos, não há qualquer espécie de toque, apenas as mãos estendidas, dura questão de 30 segundos.
Logo após o passe, fui para as cadeiras da enfermaria e lá sim me senti totalmente no filme - a enfermaria! Gente: Várias camas forradas de branco, tudo azul, as cortinas, a luz, cada leito com uma cama e um vasinho com uma rosa branca, no fundo a imagem de Bezerra de Menezes, uma mesa com a enfermeira chefe. Pois bem, me sentei na cadeira para esperar a minha vez de entrar no centro cirurgico quando me deparei com o seguinte: Quando me olhei, TODOS OS BOTÕES DO MEU JALECO ESTAVAM FECHADOS, sem NINGUÉM TER ME TOCADO. Olhei novamente, fiquei meio abobada, pois lembro que fechei o primeiro botão muito mal, e em questão de minutos, quando percebi, ali, acordada, consciente, todos os botões fechados! Creio que tenha sido alguma enfermeira espiritual mesmo...foi só o primeiro dos sinais.
Na minha frente entrou uma senhora e eu, o centro cirurgico - TOTALMENTE igual a um centro cirurgico da vida 'real', com a cama, os médiuns que estavam ao redor da cama, estavam vestidos como médicos, com máscaras cirurgicas, havia um médium mais velho de todos a parte, apenas em pé, de olhos fechados, com a mão no peito, do tipo que estava orando, uma mesinha com as fichas e uma enfermeira sentada.
Sentei para esperar a minha vez. Assisti a duas cirurgias, comecei a ficar realmente nervosa, ansiosa, com muito frio. E vou contar como foi: A sala é meio escura, com uma luz azulada, a energia é incrível, o frio de centro cirurgico idem, não há nada de diferente de uma cirurgia carnal, a diferença é que NÃO HÁ USO DE MATERIAL CIRURGICO.
A enfermeira confirmou meu nome, a mesa estava preparada, deitei, eles me enrolaram em panos brancos, para facilitar depois a minha retirada para a maca. A enfermeira fala em voz alta - SEJA BEM VINDO DOUTOR JOAQUIM MURTINHO ( o médico espiritual que me operou), vem uma enfermeira com um copo de água que eles chamam de remedinho, uma água sagrada, bebi, fechei os olhos, apagaram a luz, oraram um pai nosso, me retiraram da mesa de cirurgia e me colocaram na maca.
Eu estava meio confusa, tentando rezar, ao mesmo tempo saber se estava viva, porque era tão real a lembrança do filme, de André Luís naquela enfermaria, que eu pensava meio confusa na Sofia, sem conseguir me mexer direito, quando um enfermeiro disse no meu ouvido com uma voz tão doce, suave...'' Não precisa se mexer, fazer esforço. Feche os olhos, eleve seu pensamento a Jesus, peça pela sua saúde, reze um pai nosso e uma ave maria.''  Nisso estavam me levando na maca até a enfermaria, fiquei na cama, deitada de barriga para cima, tentei rezar, pedir, enfim, saíu um pai nosso meio sem jeito, uma ave maria distorcida e um MUITO OBRIGADA MEU DEUS. Estava com o corpo meio pesado, não conseguia mover direito, mexi um dedo para saber se eu estava ali, presente de corpo, e toda hora pensando na Sofia, no filme, até que resolvi me mexer, virei um pouco a cabeça, abri os olhos, o senhor de cadeira de rodas estava no leito ao meu lado, no outro, a moça que eu assisti a operação, estava adormercida, no final do corredor, a chefe da enfermaria, sentadinha, com os enfermeiros ao seu redor, impressionante como você sente a energia espiritual que fica até difícil de descrever em palavras.
Logo em seguida, veio o Bernardo para dois leitos depois do meu. Estava falante, fazendo baguncinha, olhei para o outro lado, havia um outro garotinho fazendo sinal de ok para o enfermeiro, fiquei olhando tudo, meio lenta, até que veio uma enfermeira, de cabelos claros, escorridos, pediu para que eu levantasse bem devagar, sem abaixar a cabeça, vestiu meus sapatos, me entregou a minha garrafa com a água sagrada, o remedinho, e me conduziu até uma outra salinha para receber as orientações do pós-cirurgico.
Quando entrei nessa salinha, ainda de jaleco, me sentei, e olhei para o jaleco, havia uma mancha de sangue, tipo respingado, mais uma vez fiquei CHOCADA - não há uso de NADA CORTANTE, o operação dura uma oração do Pai Nosso, ou seja, questão de segundos, e ali estava a mancha de sangue no meu jaleco. Fiquei feliz, ao mesmo tempo estarrecida, recebi todas as orientações e fui até a minha mãe, mostrei o sangue no jaleco para não achar depois que era alucinação, rs, era real! O jaleco do botão, o jaleco que estava tão branco, foi fechado por alguém, e o meu sangue ali respingado.
Bem...horas depois, meu pai me ligou surpreso. Pesquisou na internet sobre o médico que me operou e descobrimos o nome completo dele: JOAQUIM DUARTE MURTINHO. O meu nome é JULIANA DUARTE. Esse médico nasceu no dia 07 de dezembro de 1848, faleceu em 1911, foi médico homeopata, formou na Universidade do Rio de Janeiro, na época era Ministro da Fazenda, no governo Campos Sales, e trabalhou na equipe de Bezerra de Menezes.
É minha gente....religiões e crenças a parte, mas devo confessar que além de messiânica, sempre fui espiritualista, essa experiência só comprovou mais ainda no que eu creio: Estamos aqui de passagem. Quando olho a mãozinha tão pequena da minha filha, tenho total noção que pequena é só a mão, pequeno é só o corpo, o espírito pode ser milenar, tão velho quanto um monge sábio. Percebo o quanto estamos sob constante evolução, que quando assisti o filme Nosso Lar, achei algumas coisas meio 'viagem', mas após ter passado por essa experiência pude comprovar na pele literalmente que o mundo espiritual é LINDO, perfeito, que devemos sempre agradecer aos nossos antepassados, aos nossos familiares que já estão no mundo espiritual, tentar praticar ao máximo boas ações para que lá eles possam se elevar, lembrar que somos pequenos demais perante à Deus.
Obrigada Senhor, obrigada Jesus, obrigada meu grandioso amigo, mestre Meishu Sama, obrigada Dr. Joaquim Duarte Murtinho, obrigada aos meus pais e amigos por fazerem parte dessa minha jornada e por essa oportunidade.
Essa semana vou refazer os exames que da última vez que tentei fazer, a máquina deu erro, a luz acabou, tudo deu errado em um laboratório de última geração...parecia que antes eu precisava mesmo viver essa experiência e se Deus achar que ainda assim, devo ir para a cirurgia carnal, vamos lá! Confiante ainda mais no mundo espiritual.
Ah, só um detalhe: Os curativos são feitos em casa, durante três 4f, o Dr. Joaquim às 22 hrs, vêm até a minha residência. Preceitos seguidos novamente e MUITA FÉ.
tenha fé, vai na fé, NUNCA PERCA A FÉ EM DEUS!!!

Beijos, Mamãe.


quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Adulta aos 25?

Em algum blog desses da vida de mamães eu vi um depoimento de uma mãe dizendo que havia sido mãe aos 17 anos pela primeira vez, que aos 17, tudo tinha sido um desafio, depois foi mãe aos 25, ela se classificou como ADULTA ( esse foi o meu maior ponto de reflexão e vou explicar porquê) e contou que aos 25, tudo foi mais fácil, mas com ainda superando desafios. Aos 37, ela engravidou novamente e GÊMEOS e aos 38, veio o caçula, ou seja, aos 38 anos, ela classificou a MELHOR época para se ter filhos, a maturidade TOTAL, aos 38 anos com 3 bebês e mais 2 filhos crescidos.
Ela comentou sobre a paciência as 38, bem diferente da paciência aos 17, aos 25, comentou vários pontos super bacanas e é uma pena que eu não lembre o blog para fazer referência aqui do post completo! Comentou que hoje aos 38 anos, beirando os 40, uma fase super madura da vida, que ela consegue dar conta direitinho de tantos bebês, apesar de ainda ter vontade de sair correndo da rotina assustadora que é quando se tem tantos filhos, imagino eu, ela diz que basta olhar aqueles rostinhos, o sorrisinho e tantas crianças em casa, que a tensão é logo esquecida.
Eu refleti em vários pontos do depoimento dela, mas o que mais me chocou foi quando ela classificou a idade de 25 anos como ADULTA - biologicamente falando sim, mas será que eu sou uma adulta, gente? Me peguei pensando no meu próximo filho, qual seria a idade madura, será que todas seguem a mesma regra?
Em casa eu tenho dois exemplos quanto a isso, primeiramente a minha mãe, que após 12 anos, aos exatos 36 anos deu a luz a Ingrid, que por sinal hoje está fazendo 13 aninhos! Parabéns, titia amada! Nós te amamos muito! Chata = ) E ela diz que diferente de quando eu nasci, ela tinha apenas 24 anos, tudo foi diferente quanto a Ingrid, aos 36, ela diz que se sentiu mais mãe, mais madura, assim como a mãe do depoimento. E também a minha madastra que foi mãe da minha irmã Natália, aos 33, se não me engano, também beirando os 35 anos, rumo aos 40, percebo uma relação mais madura realmente, mais paciente.
Pois bem, apesar de mãe, apesar de viver vida de adulta, ter idade adulta, acho que não me considero adulta ainda, ou não tão madura o suficiente para ter sido mãe. Não por falta de paciência às vezes, ou por ter a mesma vontade que a mãe de 38, a minha de 48, de sair correndo e largar tudo, mas logo se comover com aquele sorriso banguela, talvez pelas condições que eu tive  Sofia.
Não faço nada a não ser cuidar dela, não me sinto aquela super adulta, que paga as contas no fim do mês, que decide onde o filho vai estudar, que vai ao shopping e gasta o quanto quiser com o filho, que planeja viagens de férias, que vive uma vida marital, enfim, às vezes tenho a sensação de ser a filha que tem uma filha e vive com a mãe, e isso me incomoda DEMAIS.
Sei que é uma fase e sinto muito mesmo por ter sido assim justo comigo, na época mais especial da minha vida, a minha primeira filha, eu queria poder ter feito diferente, mas viver se culpando por isso é muito ruim! Eu penso que as coisas acontecem de acordo com as nossas escolhas, e nem sempre a gente no momento exato tem a noção da escolha 'certa'ou 'errada', o que é um conceito super individual.
A questão é que eu quero ser mãe adulta um dia, seja com a Sofia em breve, ou no meu próximo filho. Acho que ainda há tempo de ser mãe adulta aos 25 anos com a Sofia, só faço 26 agosto de 2012, temos tempo ainda! Tempo de tudo se ajeitar, tempo de párar de tanto sofrimento, tempo de ser feliz novamente, de amadurecer sem apanhar tanto dos acontecimentos da vida, acho sinceramente que ainda dá tempo.
E para o próximo, quem sabe aos 30, 35, 38, 40, que seja também tão especial quanto a primeira aos 25 anos de forma imatura, mas com muito amor e desejo de ser a melhor mãe do mundo inteiro, mesmo quando se faz tudo 'errado', e se culpe por isso, o importante é tentar, tentar, tentar...ser, fazer, enfim, viver essa viagem 'mucho loka' que é a maternidade.
Beijos e mais beijos!
Mamãezinha.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

0.9 !

Hoje a Sofia está completando 9 meses de vida = ) Mais esperta do que nunca, engatinha, é super ágil, já fala pelos cotovelos, aprendeu a gritar e como grita! Já fica de pé sozinha, consegue se apoiando dar alguns passinhos meio tortinhos, adora macarrão com feijão, danoninho, ama a música da Baratinha, do dvd da Galinha Pintadinha, reclama quando a gente a coloca no carrinho, adora passear de carro! Já demonstra entendimento da palavra NÃO, quando vai fazer ''M'' nos olha e solta aquele sorrizinho de - vou fazer, hein!!! Tem 2 dentinhos embaixo apenas, prefere leitinho de soja...enfim, é a coisinha mais tchutchuquinha da mamãe.
Te amo mais que tudo minha princesinha linda! Parabéns filha!!!

Agora eu quero falar sobre um outro assunto...
Não sou a primeira, nem a última a ter tido um filho nas condições que engravidei da Sofia, de um namoro curto como já contei aqui várias vezes. Mas acredito que sou uma das poucas que mesmo diante de TANTO desgaste, ainda tem um certo desejo interno de fazer dar certo. Mas 'perai', fazer dar certo por quem? Pela Sofia, será?
Pergunta super difícil de ser respondida, afinal de contas, eu nunca neguei que tenho imenso sentimento pelo Vitor, e também nunca neguei o quanto é uma relação desgastante e o quanto eu mudei por conta disso tudo e mais, a minha vida mudou desde o dia em que eu permiti a entrada dele nela.
Confesso que já me desgastei mais por conta dos problemas no relacionamento, não só pelo temperamento às vezes um tanto quanto agressivo, pelas diferenças de comportamento, hábitos, valores, a diferença é GRI-TAN-TE, mas tem algo que nos aproxima que não apenas se trata de SOFIA e sim, o amor. É tão conflitante, gente! E esse conflito é desde sempre.
Já está decidido que agora a questão é a saúde e que com a retirada desse tumor, espero que coisas que não servem mais, saiam juntinho! Chega, né! Quero começar o ano de 2012 com tudo, com a corda toda, cheia de planos e realizando-os! Vou tentar continuar entrega ndo nas mãos de Deus a nossa relação.

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Ainda quero postar sobre a compra do carrinho novo de passeio, TDB  da Burigotto, baratérrimo, dos presentes do dia 12 de outubro e sobre fraldas.

Beijos, mami.





quarta-feira, 12 de outubro de 2011

E aí, tudo AZUL?

Quero postar sobre o Dia das Crianças, na realidade falar sobre os presentes que a Sofia ganhou, mas o post de hoje é DECOR! Assunto que eu AMO, ADORO e o dia em que eu PUEDER, com certeza farei um curso, ou quem sabe só ficar decorando o meu lar doce lar.
Então, eu e Sofia dividimos quarto, nosso quarto é relativamente grande, é suíte, coube tudo direitinho, e ainda sobra um espacinho para a Sofia engatinhar.
Quando eu pensei no enxoval de uma menina, dentro das condições que eu tinha, no caso depender totalmente da ajuda dos meus pais para montar o quarto, eu fui bem sensata, comprei o necessário e decorei com a máxima simplicidade. Escolhi a cor da sabedoria, que é o significado do nome dela, o lilás, são 3 paredes em um tom bem clarinho quase que branco, e uma mais forte, temos 2 prateleiras sem enfeites que estão servindo para nada, e 3 caixinhas presas que também não servem para muita coisa, uma está com livros, outra cds e outra com um bichinho de pelúcia - ou seja, nada demais.
Escolhi tudo bem clean, branquinho, cortina branca, enfim, mas imagina olhar todo esse cenário igualzinho há 9 meses? Não é frescura, mas as cores tem forte infuência em nosso dia-a-dia. Quem nunca reparou que as lanchonetes são em sua maioria nas cores amarelo e vermelho? Quem nunca ouviu que o laranja acelera? E que o azul acalma? Tanto que os hospitais em sua maioria tem sempre o branco que dá a sensação de limpeza, o azul que remete a saúde, a paz...as cores, sendo redundante, realmente colorem nossos dias!
Li algumas coisas sobre isso e o lilás ele em demasia causa uma certa apatia, o papai sempre dizia - 'nossa, é só entrar nesse quarto que dá sono'. Tirando o fato da cor, a Sofia é uma sortudinha pelo seguinte - outubro, dia das crianças, dezembro, natal, janeiro, seu aniversário, ou seja - final de ano será uma sequência grande de BRINQUEDOS, afinal, geralmente até os 5, 6, anos, as pessoas costumam dar brinquedos. PRECISAMOS DE ESPAÇO!rs
O chiqueirinho virou depósito de brinquedos e não estou satisfeita com isso, pois ela não tem usado, uma vez que para colocá-la tenho que tirar tudo o que está dentro, e a gente sabe que o tempo de mãe é curto, e precisamos de praticidade no nosso dia-a-dia, portanto, resolvi mudar todo o nosso quarto.
E o projeto é o seguinte:
  • Retirar as prateleiras da parede, deixá-las livre. Retirar as caixinhas, chamadas de nichos, e colocá-las como um móvelzinho ou empilhadinhas, ou prendê-las na altura, vamos dizer, dos meus joelhos, para colocar livros, brinquedinhos que fiquem no acesso fácil para a Sofia.
  • Mudar a cortina e o Kit berço. A idéia é comprar o mesmo tecido para montar o novo kit berço e a nova cortina, pensei em algo puxadinho para o xadrez, misturando o vermelho, branquinho e azul.
  • E a parte que eu mais adoro - a parede! Escolher uma parede e colocar um tom de azul, LINDO, PERFEITO, que estou in love - esse AQUI ! ! !  e as outras branquinhas para não carregar o ambiente.
  • Pensei em colocar mais um móvel no estilo estatezinha bem estreitinha, para arrumar os brinquedos dela, mas a dinda deu a idéia de umas redinhas que vendem no Saara, é uma boa também.
Por enquanto o projeto é esse = ) E o prazo é para antes da cirurgia! A idéia é dar a sensação de modernidade, ao mesmo tempo, tirar essa apatia eterna do lilás, que enjoa, e esse tom de azul, não é clarinho, então da aquele ar de parede de cor e ao mesmo tempo, não muito escura. Acho que a Sofia vai aprovar!  Adoro a combinação de azul, com vermelho e branquinho.
Bem, o post de hoje foi sobre decor, projeto quarto novo, injeção de ânimo para 'guentar' a nova fase que já se foi da cirurgia e das rebeldias da minha mãe rs = )

Filha amada,
Seu dia. Incrível ver o seu sorriso inocente ao receber os seus presentes.Virão muitos e muitos dias como o de hoje.
Te amamos mais que tudo, a sua família é super feliz pela sua existência.
Mamãe e papai ficaram MUITO felizes de comprar um presente para você.
Beijos, mamãezinha.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

fala mamãe, desabafa

Eu queri postar apenas coisas boas, mas já tem um tempo que as coisas não andam tão boas assim, apesar de já conseguir observar alguns avanços desde que toda essa trajetória começou na minha vida. Engraçado é que a Sofia vai fazer 9 meses (já!) e até hoje ainda ouço absurdos dentro de casa com relação a família por parte do pai dela e principalmente quanto a ele.
Jamais vou pintar o pai dela um santo, mas também não é função minha puxá-lo cada vez mais para baixo, seja através de atitudes ou de palavras - acreditem, palavras tem o máximo poder. E dentro da minha casa é praticamente desde a hora que eu abro os olhos, até a hora que os fecho para dormir, ouvindo piadinhas insuportáveis durante todo o dia, algo que não vai mudar o que já se foi e muito menos acrescentar no que está por vir.
Sério, cansei minha gente. Tenho noção que somos responsáveis pelo o que cativamos, sei que por muitas vezes o Vitor deixou a desejar, mas sei também que de nada adianta falar o dia inteiro uma realidade que já existe há 9 meses.
Eu ouço coisas terríveis, que apesar de estarem sendo ditas com uma certa dose de ''amor'' e preocupação, não tem como ter sangue da dona baratinha o dia todo, eu explodo também, rebato, mas não é assim que quero viver, muito menos criar a Sofia. Fico em uma sinuca de bico enorme, pois tirando o que eu sou capaz de enxergar com os meus próprios olhos e tirar as minhas conclusões pessoais, ainda tenho que conviver com a opinião na maioria das vezes dura diariamente.
Gente, será que eu no futuro vou ser assim com a Sofia? Será que apesar de mãe vou ter esse direito de intervir dessa maneira na vida dela? Não suporto mais conviver com certas atitudes, de ambas as partes, mas eu precio relevar alguma delas por motivos meus, pessoais meus, não importa o que os outros pensem ou julguem, dane-se, a vida é minha e de mais ninguém.
Agora o foco é a saúde, por mais que eu repita que está tudo bem, que estou super tranquila com tudo isso, só eu sei o que estou sentindo e ainda ter que acordar e dormir com as mesmas palavras insuportáveis, o mesmo comportamento irritante, é um saco. Eu acabo potencializando tudo, às vezes tiro conclusões que não são minhas, conceitos que não são meus, de tanto ouvir em casa acabo até brigando com ele diversas vezes e depois penso: Eu não agiria assim! E aí, tarde demais, o desgaste já foi feito. Assim tem sido por 2 anos da minha vida.
O Vitor está abrindo uma loja de lanches, por enquanto ele e mais um amigo, estão começando como muita gente começa, na garagem. Pois é, estão transformando a garagem desse amigo em uma lanchonete de sanduíches, tanto hamburgues, como naturais, açaí. A loja fica bem no final de uma rua aqui perto de casa, será a princípio mais para entrega, pois a loja é escondida, mas como nós conhecemos muia gente, acho que fazendo uma divulgação legal, tem tudo para dar certo.
Não comentei nada sobre isso aqui em casa, pois daí começam mil especulações, sempre negativas e eu creio muito na força do pensamento, independente de qualquer coisa, é claro que quero vê-lo trabalhando, já falei várias vezes que ele tem uma mão ótima para cozinhar, desde camarão, até pizza, lasanha, faz de tudo e tudo uma delícia ou seja, com sanduíches não serão diferentes. E tudo isso implica (tudo dando certo), em uma certa mudança, acho que finalmente ele vai arcar com as responsabilidades dele quanto a Sofia, coisa que ele tanto diz incomodar, e implica também na possibilidade de construírmos algo maior do que temos hoje, além da Sofia, eu aqui, ele lá, enfim, é um passo ENORME, tem que estar com total SEGURANÇA e sinceramente, vou crer que se for plano de Deus, tudo fluirá para que aconteça, não quero sofrer por antecipação, muito menos dar um passo já com previsões negativas, se for, será para a felicidade.
Confesso que se passam um milhão de coisas na minha cabeça, com relação a tudo o que já aconteceu na minha vida, mas não dá para comer peru de véspera, preciso aprender diante de tudo o que está acontecendo em minha vida, é saber esperar, ter o dom da maturidade. Às vezes fico totalmente perdida, sem chão, com tantas pessoas que tomaram as rédeas da minha vida, com tanto julgamento, tantas confusões, realmente deve ter algo muito bom após a tempestade, assim espero.
Estou indo ao clínico agora, pegar mais um milhão de exames para o risco cirurgico. Já decidi o médico, será o Dr. Janio Nogueira, subdiretor do Inca, foi o médico que tocou meu coração. Rotina chata essa a de exames, entra e sai daquela máquina para fazer a ressonância, agora sabendo que há de fato um tumor na minha cabeça, que me deixou surda, mas que com certeza, após a sua retirada, será um recomeço da minha vida.
Beijos Mamãe.