domingo, 20 de novembro de 2011

Batalha de gigantes.

Quando acho que terei alguns dias de trégua, nada feito, alguém tem testado os meus limites ou a palavra chave que todos amam - CULPA, ou a culpa é toda minha? Não sei se vou conseguir detalhar em palavras tudo o que acontece, mas vou tentar, é o meu momento de desabafar. Antes, quero agradecer do fundo do meu coração a todas às mamães amadas, pelas palavras de apoio. Em especial, minhas queridas, Flávia e Manu - lembrem-se SEMPRE que estou na torcida por vocês também! Vocês são muito especiais para mim, apesar da ''distância'', é incrível como vocês conseguem ser tão próximas! Obrigada = )
Eu falava de trégua, de paz, bandeira branca, mas parece que a batalha entre a minha família e o Vitor não tem fim nunca. Será questões de outras vidas, gente? Sério, já começo a achar isso! Hoje meu pai veio nos trazer em casa, até tive um domingo legal, levei Sofia a praia, nós nos molhamos, ela adora o mar, parece até que já conhecia desde...comeu muita areia rs pra variar, enfim, foi uma manhã gostosa, depois meu pai fez churrasco, tivemos um dia família legal.
Ele veio nos trazer e aconteceu a maior confusão do mundo, coisa de você não acreditar que aquilo estava acontecendo! Ele confundiu o irmão do Vitor com o próprio, os dois realmente são muito parecidos, tiveram a maior discussão no meio da rua, quase se agrediram, uma coisa sem freio, que já vem desde a confusão de agosto, horrorosa entre meu pai e o Vitor, não gosto nem de lembrar!
Tudo isso começou na maternidade, quando a Sofia nasceu, o Vitor foi agradecer ao meu pai tudo o que ele estava me proporcionando e de uma certa forma, a ele também, a nossa filha, o quanto ele era grato, enfim, foi tentar ser cordial, e levou uma sova do meu pai, das grandes, o meu pai já estava meio de saco cheio dele, por conta de umas confusões durante a minha gestação, e aí já viu, aquilo ali ficou guardado, entalado, até que em agosto eles tiveram um encontro e foi terrível, uma briga sem fim, xingamentos, o Vitor falou coisas horríveis, meio que revidou tudo o que ouviu, enfim, uma coisa horrível de se ver na família, afinal de contas, eles não se deram conta que hoje as nossas famílias tem um forte vínculo chamado Sofia, um elo que nos liga querendo ou não.
Sei que hoje ficou aquela promessa de ambos de que quando se encontrarem não tem nem conversa, é um ódio gente, que dói de ouvir e ver, me machuca porque eu sou culpada por tudo isso, meu pai dizendo com que tipo de gente eu tinha me envolvido, o Vitor do outro lado dizendo que eu não merecia passar por mais esse stress logo agora tão perto da cirurgia. Percebo a família dele apesar de me tratarem com carinho, mas claro, ficam chateados com tudo isso. A minha, me culpa por isso e eu fico perdida, totalmente perdida!
Não consigo traçar uma linha sequer de raciocínio, do tipo, ah, é melhor então a gente não ter contato algum, vivermos longe um do outro, e assim, posso ter todo o apoio da minha família, uma vez que já me foi dito que a partir do momento que eu envolva ele na minha vida, já era todo e qualquer apoio a mim e a Sofia. Ou eu penso, não, eu preciso crescer, encarar a vida, as minhas escolhas, ele é o pai da Sofia, certo, errado, preto, branco, duro, rico, fazendo merda ou não, é o pai dela, eu gosto dele, tenho vontade de fazer dar certo, então, vamos unir nossas forças e vamos lá, viver a nossa vida.
E é nessa hora que entram um milhão de neuras instaladas na minha cabeça, e se não der certo, e se, e se, e se, como vou fazer, e se eu perder todo o apoio deles, e se depois vou para onde, e se isso, mas ao mesmo tempo, e se eu perder a chance de formar uma família, é um direito meu, dele e da Sofia, certo? Sem ele me foi prometido, emprego, creche, até apartamento, com uma pessoa para ajudar, sem falar na presença dos meus familiares claro, com ele, nada feito, e acho até que me deserdam. Não sei até que tipo de relação vão ter com a Sofia, é justo isso com ela também?
Será que eu tive um filho com um monstro e não sei, ou será que está faltando uma palavrinha chave chamada PERDÃO e mais uma - VOTO DE CONFIANÇA, RECOMEÇAR. São muitos questionamentos para uma pessoa só! Eu sei que se quiser carregar a mim e a ele, vamos afundar, mas ao mesmo tempo, quero ter a minha vida, chegar na minha casa, educar a Sofia da maneira que eu acho, sair da barra da saia e da calça, mas será que preciso perder todo e qualquer apoio por isso? Por ser ele?
Gente, é um ódio sem fim. Detesto essa palavra inclusive, mas é ela que me vem a cabeça quando falo neles. Por um lado vejo um cara carinhoso, que me ama, eu sei que ama, verdade a gente sente, tem seus defeitos, tem sim e muitos, por outro vejo a minha família achando que eu pirei, estou louca, fora de si, como posso ir de encontro a eles, e não é assim, a diferença é que HOJE, eu sou MÃE! Eles me questionam tanto que tipo de respeito eu ainda tenho por ele, se ele não ajuda em nada, se ele isso, aquilo, eu até entendo os meus pais, eu juro que entendo, mas será que principalmente a minha mãe, como mãe, mulher, não consegue entender que há sentimento, que tudo mudou muito rápido, que não consigo ainda diferenciar as figuras?
Hoje o panorama é um: Todo mundo com mágoa de todo mundo, todo mundo enfurecido, triste, culpando o outro. Às vezes tenho vontade de sumir. Fugir mesmo, de verdade, sem drama de adolescente. Mas às vezes tento achar a culpa que eles dizem ser minha, tento achar a culpa da minha escolha, mas que escolha? Dele ser o pai ou de ter tido um filho? Não foi escolha. Foi uma certeza desde o dia em que soube que ela estava ali, apenas com 8 semanas de vida, dentro de mim, que eu a teria, e eu faria tudo novamente para tê-la.
Será que eu assumi mesmo esse papel da filha de pais separados, que vive em conflito com eles, que engravidou de um cara não aceito pela família, com suas dívidas com si mesmo e com a sociedade, mas um cara que a cativou, será que ele tem imensa capacidade de a envolver com seus sonhos e planos mirabolantes, ou será só uma fase ruim da vida deles e no final, será o happy end? Não sei, eu juro que não! Apesar da história ser minha, me parece tão distante que mal posso conseguir compreender.
Por issoque eu digo que preciso urgente de uma terapia. Meu pai disse bem, a depressão é seguida da angústia, e da angústia vem a vontade de não viver mais, quando você começa a achar que morrer poderia ajudar a curar aquela dor, é sinal de quem o ponto auge chegou e eu já pensei nisso várias e várias vezes! Eu preciso de uma pessoa para me ouvir, de repente, nem depressiva estou, só estou precisando de um caminho, uma ocupação, quem sabe!
Opero em uma semana apenas, em uma semana vou abrir a minha cabeça, tirar um tumor, ficar alguns dias longe da minha filha, em alguns dias esse medo terrível vai embora de vez, e acho que vou sentir que nasci novamente. Os meus pais tem a forte convicção de que o recado que está me sendo transmitido é: oh, sai fora disso aêê! quem pode garantir? Quero que com esse tumor, saiam as mágoas, as tristezas, as angústias, as dores de dentro de mim. Que após toda essa tempestade eu consiga finalmente entrar em equilibrio comigo mesma, para tomar as decisões mais acertadas para o momento.
Ah, Flávia, super concordo quando você diz que devo conversar com a Sofia. Ela tem me visto chorar demais e fica com uma carinha de espanto, depois dá um sorrisinho do tipo, tô aqui manhê, não chora não! Meu coração dói demais, parte, machuca, fica em pedacinhos. Vou fazer o que você falou sim. Vou contar tudinho para ela.
Um beijo e obrigada!
Chega, hora de tentar dormir.

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