sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Conhecendo a tal da culpa. Ah, a materna.

Já li muito a respeito e entendi que a culpa materna existe em várias dimensões e escalas. Já senti aquela culpa por querer que ela ficasse dormindo, para que eu pudesse dormir também. Senti aquela outra de pensar, ai, que alívio, ela está na creche! Aquela outra por pensar que quando ela ficava doentinha, dormia mais, e eu pensava - ai, acaba sendo ''bom'', pois consigo piscar os olhos - crueldade? Não, sou ser humano mesmo.
Só que agora estou começando a conhecer a culpa materna MÃE x PROFISSIONAL - A BATALHA INTERNA! E essa é realmente bem tensa.
Nosso dia passa a ter 50 horas, mas isso é só em sonho, quem dera que pudesse ser realidade. Vou falar por mim, que hoje além do emprego, assumi um papel de mulher ou seja, assumi uma casa, uma família - Acordar às 06:30 e só chegar em casa às 19:30, hum, 1,2,3....são exatamente 13 horas na rua e na atividade, levando em conta que o dia tem 24 horas, hum, mais uma vez, somando, aliás, subtraíndo...restam apenas mais 11 horas para: Dormir, comer, pensar, respirar, cuidar, cuidar, cuidar, sonhar, namorar, passear, planejar, executar, cuidar, cuidar, arrumar, SE cuidar....
É, realmente é muita coisa para pouco dia. Só que mais do que tantos ''ar'', a culpa materna envolve a necessidade da mãe propriamente dita em se dispor mais e mais aos filhos e isso está no DNA materno, a gente sempre termina o dia achando que poderia ter se saído melhor, que poderia ter evitado o grito, depois de ter falado mansamente várias vezes, que poderia ter evitado o suco de caixinha e ter ido lá para a cozinha, feliz da vida, depois de ter ficado 13 horas fora de casa, em um ônibus lotado. Sim, a culpa segue a gente.
E junto da culpa, vem a sensação de como eu queria! Como eu queria acordar sim às 06:30 com aquele sorrisinho maroto me pedindo biscoitinho e que púdessemos juntas sentar para tomar um café, e que depois pudéssemos caminhar no sol, brincar na pracinha, tirar aquele soninho, levá-la na natação, ficar aplaudindo cada gracinha nova, cozinhar com todo o amor do mundo e ainda assim, conciliar a nossa exclusividade como mulher.
É minhas amigas, não é fácil. A escolha de SER mãe, no sentido não apenas de TER um filho, e sim, SER mãe é algo avassalador. Leva tudo e ao mesmo tempo traz tudo e junto, traz também um novo mundo cheio de medos, dúvidas e culpas. Essa culpa mãe x profissional x como eu queria é a mais dolorida.
Infelizmente culpa materna não enche a barriga no final do mês, nem compra todos os produtos lançados da Galinha Pintadinha, muito menos roupinhas fofas, nem vários tempos de 5 minutos a R$2,50 no pula pula! Infelizmente. Como eu queria....que não só o dia tivesse 50 horas, mas que a culpa materna fôsse embora e não voltasse nunca mais.
Até parece.
 
 


2 comentários:

  1. Oh minha linda...Eu carrego essa e outras culpas comigo desde que a Sô nasceu. É bom saber que não sou a única no mundo.
    Enfim, o lado profissional é um mal necessário, já que não crescemos em berço de ouro.

    É sempre bom ter notícias de vc´s... as vezes venho aqui fuçar só pra matar a saudade e quando tem algo novo é ótimo.

    Fiquem na Paz!

    Beijos

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  2. Oiii, pensei que fosse sou eu, não sei se fico aliviada ou triste por saber que as mães sofrem da Síndrome da Culpa (hsuahsau). Eu me sinto culpada por tudo: se a Cecília cai me sinto culpada, se ela gripa me sinto culpada, se acho bom que ela dorme mais cedo me sinto culpada, se acho bom quando alguém pega ela pra passear me sinto culpada... Eu deveria ser presa, sou culpada por tudo que se refere a ela. Lógica, a pior das culpas é a de trabalhar e ter pouco tempo pra ficar com ela, mas ai eu tento ser boazinha comigo e penso: eu fico 4 horas por dia com ela, mas é um tempo só pra ela, eu brinco, aperto, abraço, beijo... Ser mãe também dói! Beijão

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