quinta-feira, 2 de junho de 2011

desabafos...

Eu já contei aqui em alguns vários posts que sou filha de pais separados e desde que pensei na vida como a maioria das menininhas, quando tivesse um filho, eu gostaria muito que fôsse diferente da minha história. Sem traumas, mas sem hipocresia também e muito menos sem clichês - de que é melhor os pais separados, do que juntos brigando. Não, filho gosta de ver pai e mãe juntos.
E aí entram todos aqueles sentimentos confusos, onde você mãe, mulher, dona das suas vontades, fica frente a uma situação onde mais uma vez você é o centro, você deve contornar, deve adaptar, tudo a favor do bem estar de uma suposta família que servirá de base, ou assim deveria ser, ao pequeno baby. E agora, como fazer?!
A nossa história aqui é um pouco diferente do que a gente anda vendo por aí. Diferente de muitas mamães que escolhem por opção fazer carreira solo, no nosso caso, foi uma história curta, intensa, cheia de bafafás que até hoje não compreendo e até hoje sou pressionada para enxergar da maneira que as pessoas querem que eu veja. Isso causa uma tremenda confusão na minha cabeça, será que estou completamente cega? Será que fui e estou sendo capaz de idealizar alguém que não existe? Alguém que encena diariamente, tanto para as coisas boas, como para as coisas ruins?
Sofia vai fazer 5 meses já, em 16 dias ela completa 5 meses de vida. O que mudou nesse tempo? Bastante coisa, mudou mais pessoas do que coisas na realidade. Eu mudei completamente e em todos os sentidos. Os meus pensamentos que variam de acordo com a maré. Na rua sou muito elogiada pelas pessoas, sempre recebendo elogios que a Sofia é bem cuidada, que eu tenho sido uma mãezona, já em casa, as críticas acontecem mais, acho até que entendo, pois é o dia-a-dia, é mais fácil observar o que se faz de errado, aliás, o que se faz da maneira que quer e não como as pessoas querem que você faça.
Me sinto mais mãe da Sofia quando estamos só nós duas, ou quando estamos nós três, me sinto mais próxima a ela, é como se eu pudesse fazer o que quisesse que estaria tudo bem, afinal, eu sou a mãe dela, eu de alguma forma, tenho poderes sobrenaturais rs, instinto para saber se ela deve ou não sair de casa de calça ou vestidinho, se deve mamar novamente mesmo tendo mamando há 20 minutos, se ela está com olhinhos de sono, ou exausta de tantas informações que a rua oferece.
Ainda me encontro em meio ao olho do furacão, aqui em casa é tudo muito '' quente que eu tô fervendo '', é uma gritaria sem fim, é um amor desmedido, vontade de ver feliz o outro, é uma falta de limites tremenda, é uma mistueba, dias eu amo viver aqui, dias eu quero sair correndo e não voltar mais! Mas vamos e convenhamos, chega uma hora que a necessidade de ser você bate, assim, de você ser o SEU CENTRO, o centro da SUA família, ainda mais quando se tem filhos!
Quando páro e penso em tudo que estamos vivendo é que vejo o quanto aos poucos vamos superando diversos degraus, é um passo-a-passo que não dá pra pular etapas. Ontem mesmo fui ajeitar meu megahair que estava me deixando careca e tinha uma moça muito simpática, com 50 anos, a filha com 18 e nós duas conversando de igual pra igual, eu com a metade da idade dela, ela com o dobro de experiência da minha e o papo fluíu tão bom, ela me disse coisas tão bonitas que me senti bem de ver que não estou tão cega assim, que o fato de ter o desejo que tudo corra da melhor forma possível, é bom, sem me anular é claro, mas será proveitoso a Sofia, afinal de contas, como eu disse lá em cima, a nossa história não é uma história de carreira solo de mãe, a Sofia tem pai - o que é super questionado pela minha família e certas coisas eu juro que compreendo, mas eu juro também que me machucam demais.
Vira e mexe são xingamentos quanto a ele aqui em casa, são conflitos, situações desagradáveis, cobranças excessivas que fazem a minha cabeça ficar perdida, completamente perdida. Eu tenho todo o direito do mundo de querer fazer as coisas da melhor maneira, pelo menos o melhor no meu conceito, eu sou um ser que penso, que posso responder pelos os meus atos. Tenho receio? Claro que tenho! O Vitor apresentou um comportamento estranho em diversas situações, de vez enquando, me vêm com umas idéias completamente diferentes da minha, uma Juliana que NÃO existe e NÃO vai existir, mas tem o outro lado e esse OUTRO LADO, só EU posso dizer, pois só EU é quem vive esse outro lado.
Eu ouço 24 hrs por dia o seguinte: Liberta a Sofia disso tudo. Liberta você disso tudo. Ah, a Juliana não seria tão idiota de fazer isso! Ah, nós conhecemos bem a Juliana, isso ela não faria. Como eu estou aguentando toda essa barra, não sei. Eu peço sabedoria e paciência a Deus a todo momento. Eu sou capaz de entender preocupação, medo, saudade, mas tudo isso me deixa neurótica, encucada, surtada, porque quando eu me vejo frente a ele, ficam um trilhão de pulgas, carrapatos atrás da minha orelha e fico completamente PERDIDA, sem saber a quem ouvir, em quem e no que acreditar.
Acho que já era tempo de largarem do meu pé, do meu braço, da minha perna, enfim, tempo de párar de me ofender diariamente por coisas tão pequenas, tão banais e isso serve a ele também, é o meu trabalho diário fazer com que ele páre também de me machucar com coisas tão idiotas perto da grandeza que é ter a Sofia, que é ele ter ganhado dois presentes maravilhosos.
É tempo de deixarem a minha cabeça em paz. O meu corpo sente tudo isso! A minha mente reclama também, é tempo de controlar o famoso ''ga'', o ego, o EU, é tempo das pessoas párarem de tantos julgamentos, de tanto apego em controlar a vida alheia, mesmo se tratando de filhos e isso são exercícios diários que devem se basear em muito amor, carinho e compreensão. Da maneira que as coisas são conduzidas MUITAS vezes, só me afasta cada vez mais e como eu ouço bastante - não se trata de desculpa para tomar decisões da minha vida e sim, cansaço, cansaço e vontade de viver uma vida tranquila, poder viver em paz por mais de uma semana, tanto cá, como lá.
Imagina aquele momento que você acaba de acordar, aliás, de ser acordada, o teu bebê tá naquela hora do chorinhom, da birra, da manha, e a sua mãe cantando super alto, é um direito, é claro, e você fecha a porta não como afronta e sim, por não querer ouvir aquela gritaria desafinada ainda mais com o teu bebê chorando no teu colo e você ouve ABSURDOS por isso?
É sem sentido! É totalmente sem sentido o tamanho das ofensas e sempre ao pai da Sofia, SEMPRE. Conseguem entender a minha dor? Será que quando ela tiver 2 aninhos, ela vai ouvir as mesmas coisas e vai deixar passar batido? Será que eu vou ainda estar com a mesma disposição para segurar tudo isso? Afinal de contas, seremos pais dela ETERNAMENTE, juntos, separados, vivos, ou em outras escalas espiriturais, nosso elo é para sempre, é eterno, é de Deus e de todos os nossos antepassados que colaboraram para que o nascimento dela acontecesse.
A Sofia só tem 4 meses, só. Tem apenas 4 meses que sou mãe, que ele é pai, que estamos tentando cada um do seu modo, entender tudo isso. Não acho que as ofensas sejam a melhor maneira de conduzir as coisas, temo muito por isso no futuro, de verdade. Temo por estar tão perdida, com a cabeça tão mexida, por influências fortes na minha vida, ambas as partes são pessoas eternas para mim.
Essa tempestade há de passar. Assim espero e assim há de ser.


Um comentário:

  1. Bem, uma vez me disseram que depois da tempestade,o céu fica limpo e lindo!

    Ore e confie! Lembre-se que vc agora é mãe, tem um canal direto com Deus!!

    Oin,consegui fazer o blog..êêêê! rsrsrsrs
    Bjss!

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