domingo, 31 de outubro de 2010

Será que são os hormônios?

Eu tenho alguns acontecimentos legais para contar aqui, mas sinceramente, hoje não quero ficar por mais que dez minutos na frente desse computador. Só para não esquecer, preciso contar sobre a minha surpreendente consulta no último sábado e quanto às mexidinhas da Sofia, um episódio ocorrido na casa do pai dela.
Não sei se é o calor que está insuportável aqui no Rio de Janeiro, esse calor forno, parece que ligam um aquecedor ou se são os hormônios normais da gravidez que andam me deixando tão mau humorada e sensível.
Sei que voto é secreto, não quero também ficar aqui usando de mil linguagens jurídicas para ficar falando bonito quanto ao voto, mas até isso me deixou chateada hoje. No primeiro turno, não pude votar, pois viajei no dia para a Bahia, justifiquei no próprio aeroporto. Daí depois disso, acabei não acompanhando nada de política e me senti uma inútil hoje ao anular meu voto - sinceridade, me senti ridícula, me deu um sentimento estranho na hora, parece que não exerci o meu direito de fato, mas eu até tenho uma justificativa para estar tão aérea a esse ponto - Sofia.
Fiquei pensando que essa eleição fará parte da História que ela vai estudar em sala de aula e eu como mãe, consciente e mais, estudante de Direito, simplesmente anulei meu voto. AI QUE FASE. Eu deveria ter me interessado um pouco mais por isso e juro que não estou fazendo drama, fiquei realmente sentida com a minha atitude.
Tirando a eleição, sei lá, parece que me deu uma baixa de energia, não sei se é só da gestação, acredito na possibilidade de vários fatores externos e um deles é andar meio presa dentro de casa há muitos meses, isso realmente tem me incomodado e muito.
Posso dizer que aproveitei bem antes de engravidar, sempre fui de muitos passeios, muitas festas, viagens e reuniõeszinhas em casa só pra bater papo com os amigos. Quando engravidei, tive que entender que a minha vida mudaria e sinceramente, isso não doeu tanto como doeu em mim tantas outras coisas, é como se a Sofia compesasse e valesse muito mais a pena do que qualquer saídinha no final de semana.
Entendi lógico que não poderia frequentar lugares muito cheios, que um dia eu chegaria aos 7 meses como agora por exemplo e começaria a ''pesar'', as pernas a doerem um pouco mais, enfim, fumaça de cigarro e todos os riscos que a rua impõe, tudo isso confesso que entendi e acho até que digeri bem.
Mas ainda assim, não gosto de sentir que as minhas asas estão curtas. Eu gosto de praia, de gente, de mar, de céu azul, de música, de conversar, gosto de rir, de sambar, de cantar, da minha liberdade de ir e vir, gosto mesmo e é dela que ando sentindo saudade. Saudade de ir ao cinema, de ir a Lapa, ouvir uma boa música, saudade de encontrar as minhas amigas e amigos para uma boa conversa, ai saudade das minhas asas.
Me deixa um pouco angustiada saber que a minha gravidez não é impedimento para nada disso! Estou super saudável, me sinto bem, conheço mais os meus limites, sei onde devo ir ou não, me angustia saber que o real motivo não se chama Sofia.
Nosso caminho é feito de escolhas, eu fiz uma, não merecia ser condenada por ela, mas às vezes eu mesmo me condeno por ter me desgastado tanto! Em dez meses de relacionamento, não sei o que é ir a um cinema com o Vitor, um teatro, uma praia, realmente, tudo aconteceu em uma época onde a vida dele era uma e confesso que hoje, não que eu tenha desistido que seja de outra forma, mas eu já me desgastei muito oferecendo o meu apoio para que ele tivesse outra vida e até hoje, apesar de ver toda a ''querência'' dele ( querência - palavra usada por um amigo muito querido, Lucas. Acho que é quando a gente quer muito, querência; nossa vontade de querer. Imagino eu, rs.) em ser feliz, em sorrir, em construírmos um lar, a vontade que ele tem de me mostrar o quanto ele é capaz de nos fazer feliz, não vejo mentira quanto a isso, mas também não vejo algo importante demais que se chama - AÇÃO.
Ninguém nasce condenado a um tipo de vida, pelo menos eu penso assim. Acho que o meio favorece alguns caminhos, mas acho também que em certos momentos Deus nos dá aquela luz e cabe a nós sabermos aproveitar ou não. Sou convencida mesmo quanto à isso e eu sei que Deus me enviou até lá com alguns propósitos, tanto pessoais, quanto em relação ao Vitor, maior prova disso, é o nascimento da nossa filha.
Levei luz a escuridão em que ele dizia viver, de insônias, falta de objetivos, falta de Deus naquele coração grande, falta de sorriso na cara, de segurança, de estima própria, falta de acreditar nele mesmo. Levei luz a tudo isso, eu sei que levei, mas ainda assim, falta ação, movimentar a cabeça, deixar de lado os medos e inseguranças, partir rumo a estabilidade, imaginar que ele vai ser pai e que desde quando descobrimos, em junho, ali nasceu uma responsabilidade tamanha em nossas vidas e tudo poderia estar sendo diferente.
Não julgo, acho que cada um sabe onde bate aquele medinho de tentar, imagino o receio dele, percebo a vontade, mas ela é sempre interrompida pelo medo e isso não faz bem nem a ele, nem a mim, muito menos a Sofia. Por enquanto ela está aqui, guardadinha na barriga da mamãe, mas ela vai sair daqui e vai precisar muito de ações minhas e dele.
Minha vida ganhou outro ar com a chegada da minha filha! Agora eu tenho planos e objetivos traçados de forma responsável, imaginar que vai ser fácil fácil, mentira, mas estou até gostando de passar por esse aprimoramento, eu juro que precisava disso para acordar. Com 24 anos, eu era para estar formada em Direito, com OAB na mão, concursada, inglês super fluente, carro na garagem, com planos de cursar minha faculdade de Jornalismo e vida material estruturada - é, eu joguei fora tudo isso em alguma época da minha vida e não me arrependo, realmente não era o meu momento.
Agora terei de fazer tudo isso com um objetivo maior - dar o melhor para a minha filha, ser exemplo e educar um ser humano. Espero que quando o Vitor olhe para o rostinho dela, algo mude na cabeça dele e nos seus sentimentos. Que ele possa superar e vencer os medos e conceitos alheios. Que ele tenha toda a força do mundo para vencer seus próprios mals e finalmente conseguir o que ele tanto almeja, sorrir. Ah, sorrir com a alma, não apenas com os dentes.
Tenho plena noção que é um processo pertinente a ele, ao crescimento dele, mas é inevitável quando se opta estar por perto participar disso tudo. Ultimamente ando preocupada, gostaria de estar curtindo mais o meu barrigão, pensamos às vezes muito diferente! A verdade é que a minha caminhada com a Sofia dentro de mim está chegando na reta final e por todos esses meses, ouvi muitas promessas, muitos sonhos, muitos desejos, e ainda tendo a sensibilidde de tentar entender o que se passa dentro de um ser humano, penso que poderia ter sido bem diferente.
Chega de computador, preciso guardar minhas energias para o bem estar da mamãe aqui e da bonequinha Sofia.
Beijos e muito obrigada pelos coments elogiando! Em breve volto para contar a minha surprise na balança na última visita ao meu querido médico =) ( minha mãe fez o favor de dar o endereço do blog a ele, preciso falar bem dele SEMPRE agora! rsrs!)


Um comentário:

  1. uau...big post!Fiquei curiosa com a ultima visita ao médico, quais são as novidades...espero as melhores notícias de vcs, papai, mamae e sofia. Um bjo, se precisar, me chame! Bjos

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