sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Saco cheio...

Desde que comecei esse blog vira e mexe acabo por postar fatos da minha vida pessoal como Juliana, não apenas como a mãe da Sofia. É notório através de vários posts que tenho vivido uma fase complicada há praticamente 2 anos. Não sei exatamente ainda o porquê, mas foi tudo ao mesmo tempo comigo, me tornei mãe, o mundo desabou na família, descobri tumor na cabeça, incrível, em 2011, em janeiro - mãe, em dezembro - cirurgia complicada, é demais não?
Tem dias que eu surto, tenho vontade de não viver mais. Minha cabeça fica a mil, passando de qualquer limite e hoje foi um dia desses. Tento organizar a vida, fazer planos, colocá-los em prática mas parece que vai tudo embora num clik apenas. Conviver com o desequilíbrio emocional da minha mãe é um ponto forte para me desequilibrar. Conviver com as questões familiares envolvendo outros parentes, mas ainda, pois os considero com um grau maior de percepção das coisas e agem de forma pior ainda. Uma coisa jamais posso negar, a minha mãe aos trancos e barrancos aqui esteve.
Imagina que anteontem passei a seguinte situação ABSURDA - Desde que a Sofia nasceu a minha mãe me acompanha na pediatra, o Vitor nunca fez questão de ser presente nesse momento, acho que ele confia em mim o suficiente e não só, ele se acomoda, pois sabe que tem quem faça. Daí, Rio de Janeiro, mais conhecido como Rio 40 graus, claro, faz jus ao nome, um calor do cacete, em pleno verão significa o que??? PISCINA DE DIA, PISCINA A NOITE, AR CONDICIONADO, QUENTE, FRIO, QUENTE, FRIO, ÁGUA GELADINHA...enfim, daí do nada São Pedro resolve fazer o que? Morro coberto, friozinho, chuva, 18 graus...E no dia seguinte, ele desiste e acha que o Rio é muito mais lindo com um sol absurdo...e lá ficamos nós aqui com a parte respiratória toda ferrada.
Pois bem, a Sofia começou a ter pontinhas de febrinha, catarro, tosse, respiração meio ofegante, NORMAL, aliás, a PRIMEIRA VEZ EM UM ANO - GRAÇAS A DEUS e a pediatra informou que ela estava com catarro na face e no pulmão. Fui criticada o tempo inteiro durante a consulta pela a minha mãe, me senti envergonhada em diversos momentos, afinal, a MÃE DA SOFIA SOU EU, ela estava ali apenas de acompanhante. E não párou por ai.
Sofia não ganhou, nem perdeu peso esse mês, normal também, afinal agora ela anda, gasta energia em dobro, não é mais aquele bebêzinho que só fica no berço, ela tem 1 aninho já! E a declaração da minha mãe foi a seguinte - Uma mãe VAGABUNDA que não faz absolutamente nada e um pai que coça o saco o dia inteiro deixar a filha emagrecer. Eu tive vontade de agredi-la, mas preferi rezar, e fui rezando até chegar em casa, me sentindo totalmente invadida, machucada e agredida.
Chegando em casa nada mudou, ela continuou com o massacre diário normal dela. Hoje pela manhã, Sofia acordou tossindo, e ela disse - Isso vai acabar virando uma coqueluche! Ps - nem sei se isso ainda é pertinente ao século que estamos. Pois bem, a minha mudança é mais do que necessária! Eu não consigo mais conviver com essa anulação toda! Acho que ter sido mãe foi o único setor da vida pessoal dela que ela considerou executado com algum sucesso e parece que precisa ressaltar isso o tempo todo em cima de mim, ela simplesmente transportou todas as suas frustações para cima de mim, só que infelizmente, para ela isso não acontece, ela acha que está me ajudando, pelo contrário, estou ao ponto de cometer uma besteira.
Se não bastasse todo esse stress diário dentro de casa, acabo conflitando diretamente com o pai dela, pois até hoje esse assunto é motivo para alfinetadas, para falta de respeito e sinceramente, espero que um dia ela acerte o palpite da loto, pois ela encarou ser uma espécie de guru onde tudo o que ela diz, é um fato, é uma verdade e ela espalha aos 7 ventos que BEM FEITO PARA MIM, QUE EU MEREÇO SOFRER, QUE ISSO NUNCA VAI DAR CERTO, QUE TOMARA QUE EU ME DE MAL e assim vamos seguindo.
É claro que o amor que a Sofia recebe aqui não tem preço, zelo, carinho, mas sinceramente, chegamos ao auge de TUDO. Não quero ser como ela amanhã, não quero que a Sofia seja uma criança pilhada por questões de conflitos dentro de casa com a teoria ridícula de que é normal, não, não é! Não é normal levantar a mão pra MINHA filha e dizer que é assim que funciona aqui, pois mora na casa DELA, não é normal a Sofia estar quieta no berço e a Ingrid passar pelo o corredo e jogar um brinquedo dela dentro do berço, não é normal ter gritaria dentro de casa ao ponto de assustá-la, não é normal ela viver a minha vida e querer se intrometer ao ponto que se intromete pelo simples fato deu ter que viver aqui porque ainda não sou independente, não é normal quando ela perde a paciência coma Sofia ( o que é passível de entendimento), mas chegar no consultório da pediatra dizendo - que garota chata!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!e a Sofia estar no carrinho amoada!
Eu estou cansada! Cansada de ter surtos de tanto sofrimento e ficar andando pela rua sem rumo, pensando em mil coisas, pensando em não voltar mais, tentando fazer de tudo para não adoecer a minha mente, se é que já não está adoecida e tudo isso prejudica automaticamente a minha história com o pai dela. Aqui não consigo se eu mesma, manter os meus pensamentos próprios e quando vejo estou agindo de forma semelhante e isso me causa um sofrimento terrível.
Comecei a terapia, isso me conforta, saber que de alguma forma pelo menos alguma coisa é segura na minha vida nesse momento. Meu pai, ela e o Vitor me julgam extremamente forte, pois superei de forma triunfal uma cirurgia de 12 horas futucando a minha cabeça, porém eles esqueceram de me respeitar como alguém que pensa e tem direitos sobre a vida.
Preciso da minha casa, quero um lar, quero começar do zero. Quero criar a minha filha...Não sei se terei mais forças, sinceramente.

Um comentário:

  1. Ai, Ju, eu lamento tudo isso. Não deve ser mole toda essa situação. Mas vou te falar. Apesar de não morar com meus pais, ouço algumas coisas do tipo e tenho que engolir vários sapos, porque dependo da minha família pra ir trabalhar. Já ouvi da minha mãe que minha filha passa fome porque eu não dou besteiras pra ela comer. Já levei bronca do meu pai por causa de algum exame que a Ana fez. Enfim, isso acontece em quase todas as familias. É claro que morando na mesma casa tudo fica mais complicado. Mas a Sofia está muito bem, ter o primeiro resfriado depois de um ano. Quanto ao peso, depois de um ano, a criança engorda muito pouco.

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