Em toda a minha nova vida de mãe essa é a fase mais complicada que estou atravessando, nada se compara ao que estou vivendo nessa época, nada, nem as noites mal dormidas por causa da barriga enorme no final da gestação, nem o começo de tudo, quando o bebê ainda é super recém e você acha que não vai aguentar de tanto sono, cansaço, acha que vai deixá-lo cair, não, nada foi tão complicado como agora.
As trinta mil novidades, mudanças em tudo o que diz respeito a você, o seu corpo, mente, alma, pele, estria, celulite, se achar feia, diferente do mundo inteiro, ter medo de dar banho, de ver tomando vacina, nada se compara a essa fase delicada que estou atravessando. A sensação de proteção que eu senti quando saí pela primeira vez na rua com ela, de me sentir única e responsável eternamente por alguém, o medo que me deu isso, àquelas noites que eu praticamente segurava os olhos para não fechá-los, que eu fazia tudo a noite e no dia seguinte, descobria que tinha feito TUDO aquilo - mama, fralda, mama, fralda, bota pra arrotar, lê livro para ficar acordada - eu havia feito dormindo e quase não lembrava de nada.
Nada, nada se compara mesmo. Que fase difícil...O cansaço está enorme, exaustão total! Estou vindo de uma sequência de infecções de garganta, ainda peguei uma gripe dessas da moda, que parece que você levou uma surra, juntando a insônia de alguns dias, as confusões 25 hrs em casa, gritarias, xingamentos, e por aí vai...E nesse cenário todo, eu descobri em meio a uma determinada situação um sentimento que eu como mãe tenho, aliás, que eu tinha, eu já sabia, mas eu o coloquei em prática e isso está me doendo demais.
No final de semana passado, o cenário era exatamente esse: Dias sem dormir, muita dor no corpo, EU NÃO SEI O QUE É LAZER HÁ MAIS DE 1 ANO, toda essa pressão que já passou de ser psicológica dentro de casa, enfim, um pouco de caos e a Sofia, agora um outro bebê - a cada dia eu a conheço mais e mais, é uma novidade - agora ela vira para lá e para cá no berço, dorme menos durante o dia, quando acorda no meio da noite, logo que me vê, não mais cochila como antes, ela ACORDA e acorda MESMO.
Ela está crescendo e por incrível que pareça, eu achava que antes, quando ela era bebêzinha ela exigia muito de mim - mentira. Eu estava super enganada! Ela dormia praticamente o dia todo, só mamava e dormia, agora não! Ela quer participar de tudo, ver o que estou fazendo, comendo, com quem estou falando, graças a Deus, se desenvolve perfeitamente a cada dia que passamos juntas, mas exige cada vez mais de mim.
Voltando...ela andou acordando umas 4 noites seguidas na madrugada para soltar gases, acho que o meu cansaço excessivo contribuíu para isso, pois eu estava dando mama deitada a ela, não a colocava para arrotar, enfim, já sei de cór e salteado que não se DEVE fazer isso, mas e a força para levantar? Enfim...lembro uma vez também de ter lido na gravidez que por volta dos 4, 5 meses, o intestino do bebê estava começando a ''amadurecer'' por isso a formação de gases nesse época - portanto, até a pediatra me dar uma outra explicação HOJE (temos consulta!) fico com essa.
Ah, o final de semana...Já eram quase 10 da noite, feriadão, e a gente sem ter dado um passeio, eu vim para a casa, estava com essa gripe forte ainda, coloquei a Sofia no tapete de atividades, daí resolvi fazer um miojo...fiz, coloquei requeijão e JURO, quando eu ía dar a primeira garfada, ela soltou um daqueles que sujou até o braço! Peguei ela, troquei com toda a rapidez do mundo, para o miojo não esfriar, né? ok, não adiantou nada. Depois disso, ela não quis mais saber de tapete, só quis colo e chorar, colo e chorar e meu miojo esfriando, eu cheia de dor no corpo, dias sem dormir, enfim, senti e falei com uma enorme impaciência e irritação - Pára de chorar, Sofia! Pára, pára...pára!
O miojo mais parecia um cérebro daqueles de feira de ciências, frio, duro, grudado, comi ainda um pouco assim e ai então, parece que baixou a deprê total em mim, uma dor, uma tristeza, um cansaço, uma culpa enorme...resultou em uma noite HORROROSA, que quero ESQUECER, ao mesmo tempo que eu me sentia culpada por estar impaciente, irritada, eu tinha dó de mim mesma...e assim prossegui todo o final de semana.
Preciso destacar que o Vitor foi um grande companheiro e é um pai MUITO esforçado e especial! Acabou juntando com a não contribuição da paz mundial aqui em casa, acabei ficando lá esses dias, até para conseguir dormir, descansar um pouco e nota MIL para o papai! Sempre carinhoso conosco, atencioso, cuidou direitinho da Sofia enquanto eu estava desmaiada, me deu carinho, apoio, ouviu com atenção os meus desabafos, sentiu a dor do meu choro de culpa, ainda fiquei e estou ainda com a paranóia que ela percebeu que fui impaciente, enfim...
Como o meu blog é materno, acho que a maioria das leitoras são mamães e em algum momento vão identificar algo que já tenham vivido e por favor: ME CONTEM! Eu preciso ouvir de vocês...de verdade! As que ainda não passaram, as que já passaram, as que querem passar...
Me senti com uma tristeza enorme, chorei por horas, dias, juntou todo esse stress em casa, a Ingrid que não me deixa em paz um segundo, a minha mãe falando quarenta abóboras por segundo, um choque dentro de mim, do meu cansaço, há 5 meses pelo menos sem praticamente sair de casa, tentando respirar ar puro mediante tantos problemas, tentando se superar todos os dias, sozinha, sim, sozinha, o Vitor dorme lá e eu cá, coisa que já percebi que devemos adaptar na nossa semana por vários motivos - além do meu descanso, além dele gostar de cuidar dela, se sentir útil, é um momento agradável quando estamos APENAS nós três juntos, é como se completasse a peça que está faltando.
Depois termino o post...precisamos nos arrumar para a consulta com a pediatra!!! De qualquer forma é isso...
E vocês minhas caras mamães? Já passaram por isso?!?!? Help-me!
Beijos, muitos beijos!